Crescimento de assinantes da Netflix supera estimativas antes de lançamento de rivais

Preço competitivo dos concorrentes é desafio para gigante de streaming

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Reuters

O número de novos assinantes da Netflix ficou um pouco acima das estimativas de Wall Street no terceiro trimestre, um alívio para os investidores que estavam preocupados que a empresa pudesse ficar aquém do esperado, conforme a Disney e a Apple se preparam para intensificar a guerra dos serviços de streaming.

Os resultados de julho a setembro representaram uma recuperação em relação ao trimestre anterior, quando a Netflix perdeu clientes de streaming nos EUA pela primeira vez em oito anos e não atingiu metas de assinantes estrangeiros.

Esse desempenho, combinado com preocupações sobre novos concorrentes, pesou sobre as ações da Netflix, que tinham caído 21% em relação ao último balanço da empresa.

Para o terceiro trimestre, a Netflix foi impulsionada por novas temporadas de séries como "Stranger Things" e "13 Reasons Why". A empresa adicionou 6,77 milhões de assinantes em todo o mundo, superando a expectativa média de analistas de quase 6,7 milhões, de acordo com dados do IBES da Refinitiv.

Logo da Netflix - Lionel Bonaventure/AFP

A Netflix disse que estava no caminho certo para atingir margem operacional de 13% no ano e estava visando outra expansão de 300 pontos base em 2020.

O número total de assinantes atingiu 158 milhões. Ainda assim, a empresa enfrenta desafios.

"Os resultados da Netflix foram bons o suficiente para amenizar as preocupações com a sensibilidade de preços e os níveis de penetração nos mercados domésticos", disse um diretor da Fitch, Patrice Cucinello. "Uma ressalva é que a concorrência ainda não a atingiu."

A empresa projetou que captaria 7,6 milhões de clientes nos últimos três meses de 2019. Os analistas esperavam 9,4 milhões. A empresa vai lançar uma nova temporada de "The Crown" e o filme de Martin Scorsese "The Irishman" durante esse período.

Mas ela vai enfrentar nova concorrência a partir de novembro diante do Disney+, um serviço de streaming da Walt Disney Co, que será recheado com filmes e séries da Marvel, de "Star Wars", animações e outros.

A Apple também vai estrear um serviço de streaming de vídeo muito menor e programação original em novembro. O HBO Max da AT&T e um novo serviço da Comcast deverão entrar no mercado no próximo ano.

A Netflix argumentou que os novos serviços aumentariam o interesse no mercado de streaming de vídeo em geral.

"Em nossa opinião, o resultado provável do lançamento desses novos serviços será acelerar a mudança da TV tradicional para o consumo de entretenimento sob demanda", escreveu a empresa em uma carta aos investidores.

A Netflix reconheceu, no entanto, que ainda estava sendo atingida pelos aumentos de preços no início deste ano nos Estados Unidos. "A retenção ainda não retornou totalmente aos níveis de antes da mudança de preços, o que levou a um crescimento mais lento do número de assinantes nos Estados Unidos", afirmou.

O plano da Netflix mais popular nos Estados Unidos custa US$ 13 (R$ 54), quase o dobro do custo de US$ 7 (R$ 29) por mês do Disney+. O Apple TV+ será lançado a US$ 5 (R$ 20) por mês.

No terceiro trimestre, o lucro líquido da Netflix aumentou para US$ 665 milhões (R$ 2,7 bilhões), ou US$ 1,47 (R$ 7,09) por ação, ante US$ 403 milhões (R$ 1,6 bilhões), ou US$ 0,89 (R$ 3,71) por ação, um ano antes. Isso superou a meta de Wall Street de US$ 1,04 9R$ 4,33).

A receita total subiu para US$ 5,25 bilhões (R$ 21,8 bilhões), de cerca de US$ 4 bilhões (R$ 16,6 bilhões). Analistas, em média, esperavam US$ 5,52 bilhões (R$ 23 bilhões).

A dívida que a Netflix acumulou gerou preocupação entre alguns investidores. A empresa disse em seu balanço que esperava que o fluxo de caixa livre melhorasse em 2020 e anualmente além disso. Enquanto isso, a Netflix continuará a explorar o mercado de alto rentabilidade conforme necessário, disse ele.

No Brasil, são mais de 10 milhões de assinaturas.

(Reportagem adicional de Helen Coster em Nova York)

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