Distribuidores de bebidas acionam Cade contra Ambev por práticas anticompetitivas

Entidade acusa cervejaria de implementar políticas comerciais abusivas devido à sua posição dominante

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São Paulo | Reuters

Distribuidores de bebidas que trabalham para a Ambev apresentaram uma queixa contra a empresa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), acusando a fabricante de práticas anticompetitivas.

A Confenar (Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição) acusa a Ambev de implementar políticas comerciais abusivas devido à sua posição dominante no mercado brasileiro de bebidas.

Fábrica da Ambev no Rio de Janeiro - Rogério Assis - 20.abr.12/Folhapress

"A Ambev cria um ciclo fechado e vicioso de controle, determinando que os revendedores trabalhem no mix de produto que deseja, no formato, no preço e na estrutura de seu interesse", disse o presidente da Confenar, Ataíde Gil Guerreiro, em comunicado enviado à Reuters nesta sexta-feira (25).

Segundo a Confenar, que agrupa 110 revendedores, uma multa de até 20% do faturamento bruto anual da Ambev pode ser aplicada pelo Cade caso o órgão regulador antitruste considere a denúncia válida.

Procurado, o Cade não respondeu.

A Ambev afirmou em nota que lamenta que a Confenar tenha levado ao Cade uma negociação privada de contrato, que está em andamento há meses.

"A Confenar quer uma garantia de rentabilidade mínima, o que vai contra a livre iniciativa e a lógica empresarial, e está usando as autoridades como instrumento para tentar pressionar a Ambev em uma negociação privada", afirmou a empresa.

A companhia também enfatizou que seus "programas de mercado passam por criteriosa revisão de um comitê com membros externos e estão absolutamente em linha com as leis vigentes, inclusive concorrenciais".

A maior cervejaria da América Latina divulgou queda de 9,7% no lucro líquido do terceiro trimestre, afetada pela estagnação dos volumes após vendas mais fracas no Brasil, enquanto os custos e as despesas gerais cresceram no período, o que derrubava suas ações na B3.

Os papéis da Ambev fecharam em queda de 8,3%, a R$ 17,60, apresentando o pior desempenho no principal índice da Bolsa paulista, o Ibovespa, que subiu 0,35%.

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