Dólar fecha abaixo de R$ 4 pela 1ª vez desde agosto

Bolsa renova recorde e fecha acima dos 108 mil pontos

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São Paulo

Com cenário externo favorável, o dólar caiu 0,4% nesta segunda-feira (28) e foi a R$ 3,99, menor valor desde 15 de agosto. A moeda americana perdeu 14 centavos de real desde o último passo da reforma da Previdência no Congresso, na última terça (22).

A aprovação do projeto também beneficia a Bolsa brasileira, que voltou a bater recorde nesta segunda, fechando acima dos 108 mil pontos pela primeira vez na história.

Para Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, a queda do dólar ainda é fruto da aprovação da nova Previdência e da expectativa do mercado com demais reformas, como a administrativa e tributária.

“O movimento também implica uma vinda de dólares com a cessão onerosa na próxima semana. Resta saber se a cotação vai se manter abaixo de R$ 4", diz Consorte.

A economista aponta que apenas a entrada de investidores estrangeiros no país seria capaz de estabilizar a cotação abaixo dos R$ 4. No momento, a balança cambial de investimentos está negativa.

Na Bolsa, o saldo de investimento estrangeiro está negativo em R$ 9,8 bilhões em outubro, resultado próximo a agosto, quando a saída de R$ 10,7 bilhões foi a maior desde 2008. 

Segundo o relatório de movimento de câmbio contratado do Banco Central (BC) da última quarta (23), o saldo das transações financeiras em dólar, que inclui operações de brasileiros, está negativo em US$ 6 bilhões (R$ 23,95 bilhões) em outubro e em US$ 19 bilhões (R$ 75,86 bilhões) este ano.

Além da aprovação da principal pauta do mercado financeiro, o real se valoriza com uma trégua na guerra comercial. Estados Unidos e China estão com o texto da primeira fase do acordo praticamente pronto para ser assinado em novembro. 

As Bolsas também se beneficiam da aproximação entre chineses e americanos que, somada à expectativa de quedas de juros esta semana levou índices acionários a novos recordes.

No Brasil, o BC decide a nova taxa básica de juros nesta quarta (30). O mercado prevê uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic, que ira para 5% ao ano, nova mínima histórica.

O boletim Focus desta segunda aponta que os economistas reduziram ainda mais suas expectativas para a taxa básica de juros em 2020, com o grupo dos que mais acertam as previsões na pesquisa do BC vendo a Selic a próxima de 4,5% tanto este ano quanto no próximo. 

Em meio ao ciclo de afrouxamento do Banco Central, o Ibovespa subiu 0,76% nesta segunda (28), a 108.187 pontos, perto da máxima do dia de 108.392 pontos, novo recorde intraday. 

O volume negociado foi de R$ 14,9 bilhões, abaixo da média diária para o ano.

Neste pregão, estrearam C&A e o BMG, que fizeram seu IPO (oferta pública inicial). As ações da varejista tiveram forte alta de 3% e saltaram do preço inicial de R$ 16,50 por ação para R$ 17. 

Já o banco mineiro teve queda de 0,86% e foi de R$ 46,40 para R$ 46. Inicialmente, os papéis do BMG são negociados em units (grupos de ações). Cada unit equivale a quatro ações preferenciais do banco.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 também bateu recorde. O índice foi a 3.039 pontos, alta de 0,56%, apenas 5 pontos a mais que a máxima anterior, de 26 de julho.

Demais índices da Bolsa de Nova York, Dow Jones e Nasdaq se aproximaram de suas máximas históricas, com altas de 0,5% e de 1%, respectivamente. 

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