Dólar volta a cair e vai a R$ 4,01

Ibovespa chega a 108 mil pontos durante o pregão

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São Paulo

A cotação do dólar voltou a ter forte queda nesta sexta-feira (25). Com a aprovação da reforma da Previdência, um cenário exterior favorável e bons resultados de Vale e Petrobras levaram a moeda americana a R$ 4,01, menor valor desde 16 de agosto.

Na semana, a moeda tem queda de 2,65%, segunda maior queda semanal do ano. A maior foi na última semana de janeiro, com o otimismo de investidores quanto ao início do governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ).

A semana também foi positiva para o Ibovespa, que acumulou alta de 2,56%. O período foi marcado pela aprovação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado, último passo do projeto no Congresso, e pela previsão do mercado de Selic a 4,5% ao fim deste ano

A queda de juros é uma tendência mundial para combater a desaceleração da economia. Na Rússia, o banco central reduziu sua principal taxa de juros em 0,5 ponto percentual nesta sexta, para 6,5%, no corte mais acentuado em dois anos. O banco disse que vai considerar a necessidade de novas reduções nos próximos meses devido à desaceleração da inflação.

Foi o quarto corte da taxa de juros este ano, e superou as expectativas do mercado, que esperava uma redução de 0,25 ponto percentual.

Além de juros baixos e Previdência aprovada, Vale e Petrobras impulsionaram a Bolsa nesta sexta. A mineradora voltou a registrar lucro, após dois trimestres seguidos de prejuízo depois do acidente de Brumadinho (MG), em 25 de janeiro.

A empresa teve lucro líquido de R$ 6,5 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um resultado 13,7% superior ao registrado no mesmo período de 2018.

“O baixo endividamento e equacionamento de toda as questões envolvendo a tragédia de Brumadinho, devem permitir a Vale no ano que vem, elevar a distribuição de dividendos aos seus acionistas”, afirma relatório da Rico Investimentos. 

As ações da companhia tiveram forte alta de 3,87% nesta sexta, a R$ 48,56, maior patamar em duas semanas. 

A Petrobras foi ainda melhor, com lucro de R$ 9,1 bilhões no terceiro trimestre, alta de 36,8% com relação ao mesmo período de 2018. O desempenho reflete aumento na produção de petróleo e a entrada de recursos com a venda de ações da BR Distribuidora.

O lucro veio acima das expectativas do mercado, animando investidores que na véspera temiam o contrário. Após o balanço, a recomendação das corretoras era de compra para os papéis da companhia. 

O preço das ações saltou. As preferenciais, mais negociadas, chegaram a R$ 29,55 durante o pregão, maior valor desde junho de 2010, quando Dilma Rousseff (PT) foi anunciada como candidata do partido as eleições presidenciais daquele ano, sendo eleita para seu primeiro mandato.

No fechamento, a empresa perdeu força e as ações preferenciais terminaram a R$ 29,25, alta de 3,3%. O patamar ainda é o maior desde 2010.

Nas ordinárias, com direito a voto e menos negociadas, os papéis fecharam cotados a R$ 31,71, alta de 3,9%, maior patamar desde junho.

No momento, a companhia tem um valor de mercado de R$ 400 bilhões, maior patamar desde 2007, quando a economia brasileira vivia um dos seus melhores momentos com o boom internacional os preços de matérias-primas. Naquele ano, o PIB (Produto Interno Bruto) foi de 5,7% e a empresa valia R$ 430 bilhões.

Em relatório, a XP Investimentos afirmou que, em um trimestre em que os preços de petróleo caíram em média 9,5%, em relação ao período anterior, "a empresa demonstrou resiliência, com geração de caixa em patamares saudáveis e redução do endividamento".

"A produção de óleo e gás recorde (3 milhões de barris/dia), o ramp-up [aumento da produção antes do aumento da demanda] de novas plataformas de exploração e a melhora na eficiência de alocação de capital contribuíram para o resultado positivo. Outro ponto positivo: o custo de extração no pré-sal atingiu o nível recorde US$ 5 por barril de petróleo, contribuindo para um custo médio total de extração de US$ 10, mitigando os efeitos de um preço de barril de petróleo mais baixo", afirma relatório da Guide Investimentos.

Ambev

Por outro lado, a Ambev frustrou expectativas do mercado, que esperava um aumento no volume de vendas, o que não se concretizou. Além do menor consumo brasileiro, o lucro líquido da companhia foi 15,8% menor que no mesmo período do ano passado graças ao aumento no preço de matérias-primas a à alta do dólar. 

As ações da companhia despencaram 8,3% na Bolsa, a R$ 17,60, menor valor desde junho. A perda equivale a R$ 25 bilhões em valor de mercado.

A queda da Ambev, sexta maior companhia da Bolsa, minou os ganhos do Ibovespa. Pela manha, o índice alcançou pela primeira vez os 108 mil pontos, mas e perdeu força e fechou a 107.363 pontos, alta de 0,35%. O giro financeiro foi de R$ 17,4 bilhões, acima da média diária para o ano.

O viés positivo no exterior também contribuiu para o bom desempenho do mercado brasileiro. Nesta sexta, o representante americano de comércio Robert Lighthizer e o secretário de tesouro americano Steven Mnuchin falaram ao telefone com o vice-presidente chinês Liu He sobre a guerra comercial. 

Os americanos declararam que China e EUA estão próximos de finalizar a primeira fase do acordo comercial. Esta premeria etapa pode ser assinada pelos países já em novembro, na reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, que vai acontecer no no Chile.

Com a notícia e a maior parte dos balanços corporativos positivos, os índices da Bolsa de Nova York S&P 500, com alta de 0,4%, e Nasdaq, alta de 0,7% fecharam próximos de seus recordes históricos. Dow Jones subiu 0,6%. 

Dentre os destaques do mercado americano estão Intel e Apple. Com resultados que superaram expectativas, as ações da Intel subiram 8%, a US$ 56,40, maior valor desde abril.

Antes mesmo de seu balanço, as ações da Apple acumulam alta de 4,3% na semana com a aposta de investidores em bons resultados. Nesta sexta, os papéis da companhia atingiram sua máxima histórica de US$ 246,58, alta de 1,2%. A companhia vale US$ 1,1 trilhão.

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