Uma década depois da crise financeira global e de US$ 10 trilhões injetados por bancos centrais, a maior parte das economias segue presa em um ciclo de baixo crescimento de produtividade. O apontamento é do Fórum Econômico Mundial, que publicou nesta terça-feira (8) seu relatório global de competitividade.
Lançado em 1979, o Global Competitiveness Report dá um panorama sobre os principais fatores que medem a competitividade e o crescimento econômico de 141 mercados.
Endereçado a formadores de políticas públicas, um dos destaques do relatório deste ano é que políticas voltadas ao trabalho e à educação não estão acompanhando o ritmo da inovação na maioria dos países.
O estudo chama a atenção para que governos implementem políticas sociais complementares para apoiar populações na transição para uma economia pautada por tecnologias digitais.
A organização ressalta que isso vale para economias com forte capacidade de inovação, como Coreia, França e Japão, ou capacidade crescente, como China, Índia e Brasil, que precisam investir na base de talentos e melhorar o funcionamento dos mercados de trabalho.
A recomendação geral do Fórum é para que as economias se apoiem em políticas fiscais, à medida que as monetárias começam a perder força.
Economistas destacam a necessidade de apostar em “incentivos públicos para impulsionar pesquisa e desenvolvimento, aprimorar a base da força de trabalho, desenvolver infraestruturas e integrar novas tecnologias”.
O mercado mais competitivo deste ano é Singapura, que desbancou os Estados Unidos. Em uma escala de 0 a 100 —que mediu infraestrutura, adoção de tecnologias, estabilidade macroeconômica, saúde, mercado de trabalho, sistema financeiro, entre outros—, os países pontuaram 84.8 e 84.1, respectivamente.
O Brasil subiu uma posição, ocupando o 71º lugar. Na lista da América Latina e Caribe, ficou em oitavo lugar, atrás do líder Chile e de países como Panamá, Peru e Costa Rica.
A leve melhora foi sustentada pela simplificação de regulações para abrir e fechar um negócio, o que elevou em 7.8 pontos o pilar chamado dinamismo nos negócios —o Brasil está na 67ª posição.
Apesar de estar relativamente bem posicionado em relação à capacidade de inovação (40º), devido a fatores como força de trabalho diversa, boas publicações científicas e aumento de patentes, o país fica na lanterna no quesito mercado de trabalho (105ª posição, apesar do aumento de 2.5 pontos).
Ocupa o 105º lugar (apesar do aumento de 2.5 pontos) no pilar que leva em conta remunerações, práticas de contratação e demissão, direitos trabalhistas, políticas de incentivo e de equilíbrio salarial entre gêneros.
Entre os principais obstáculos à evolução do Brasil no ranking estão a estabilidade macroeconômica —o país está na 115ª posição— e a abertura comercial.
Além disso, o estudo elenca como pontos negativos a instabilidade política, o excesso de burocracia e a falta de visão governamental de longo prazo.
Já o tamanho do mercado e o controle da inflação foram mencionados como aspectos positivos.
Índice global de competitividade do Fórum Econômico Mundial
- Singapura
- Estados Unidos
- Hong Kong
- Holanda
- Suíça
- Japão
- Alemanha
- Suécia
- Reino Unido
- Dinamarca
Países da América Latina e Caribe
- Chile
- México
- Uruguai
- Colômbia
- Costa Rica
- Peru
- Panamá
- Brasil
- Barbados
- República Dominicana
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