Em outubro, dólar tem maior queda mensal desde janeiro

Cotação da moeda americana cai mais de 14 centavos no mês

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São Paulo

Em outubro, a cotação do dólar teve a maior queda mensal desde janeiro. A moeda americana foi de R$ 4,163, no dia 1º de outubro, para R$ 4,015 nesta quinta-feira (31), queda de 3,4%.

No começo do ano, com a euforia do mercado financeiro com o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o dólar acumulou queda de 5,6% e terminou cotada a R$ 3,66.

Dentre emergentes, o real foi a quarta moeda que mais se valorizou frente ao dólar em outubro. Ela perde apenas para as europeias Zloty polonês, Florim húngaro e Coroa tcheca.

A queda do dólar no Brasil é fruto da perda da força internacional da moeda americana, da trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos, de juros mais baixos e da aprovação da reforma da Previdência no Senado.

No mês, o índice DXY, que mede a força do dólar ante as principais moedas globais, caiu 2% e foi para o menor patamar desde março.

Já o Ibovespa teve um desempenho próximo à média para o ano, com alta acumulada de 2,36% —no ano, o índice acumula um salto de 23,53%. Apesar dos recordes seguidos nas últimas semanas, a Bolsa chegou a perder os 100 mil pontos no começo do mês com a piora nas relações comerciais entre China e Estados Unidos.

Na ocasião, dia 8, o secretário do comércio americano, Wilbur Ross, anunciou a inclusão de 28 empresas chineses à "lista suja" dos EUA. Empresas que ficam sob essa condição têm dificuldades em negociar com fornecedores americanos, uma vez que é exigido uma licença especial para a realização do comércio. 

Desde então, a relação comercial entre os países melhorou, as negociações avançaram e um acordo ficou palpável. Agora, os países pretendem assinar a ‘fase 1’ do acordo em novembro.

O cenário mais positivo casou com o último passo da nova Previdência no Congresso, finalizado no último dia 23 e nas últimas duas semanas, o Ibovespa superou sua máxima histórica cinco vezes. O último foi na quarta (30), com o corte nos juros americano e brasileiro.

O cenário positivo, no entanto, se dissipou nesta quinta-feira (31). Segundo reportagem da Bloomberg, a China não estaria disposta a ceder nas questões mais espinhosas da guerra comercial entre os países. Os chineses estariam preocupados com a impulsividade do presidente americano Donald Trump e o risco que ele desista da 'fase 1' do acordo. 

Com a notícia, as principais Bolsas globais fecharam em queda. Nos Estados Unidos, Dow Jones caiu 0,5%, S&P 500, 0,3% e Nasdaq, 0,15%. Por lá, a aversão a risco foi compensada pelo bom desempenho de Apple, que subiu 2,26%, e Facebook, que teve alta de 1,8%.

No Brasil, a queda da Bolsa foi impulsionada pelo tombo de Bradesco e Gol e o Ibovespa cedeu 1%, a 107.219 pontos, menor patamar em uma semana.

As ações da companhia aérea despencaram 5,8%, a R$ 36,60, maior queda do Ibovespa. A empresa teve redução de 54,6% em seu prejuízo líquido, que foi de R$ 242 milhões no terceiro trimestre, fruto, em parte, de menor incidência de impostos.

Segundo a XP Investimentos, os resultados foram bons e em linha com as expectativas. A forte queda das ações pode ser um movimento de realização de lucros, já que na véspera elas atingiram a máxima desde o começo de agosto.

Mesmo com aumento no lucro, as ações do Bradesco caíram 4,12% (ordinárias), a R$ 32,85, e 4,5% (preferenciais), a R$ 35,17. Segundo analistas, o crescimento de lucro líquido de 19,6% no terceiro trimestre deste ano (R$ 6,5 bilhões) em comparação ao mesmo período de 2018 foi baseado em menores despesas e impostos, com pouco crescimento dos carros-chefe do banco, como a margem financeira com clientes.

A Guide Investimentos destaca a "dificuldade na expansão da receita da área de serviços, redução do resultado da área de seguros, previdência e capitalização (segmento em que é líder no Brasil), leve queda no retorno sobre PL e aumento das despesas".

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