Lucro do Santander avança 19,2% no terceiro trimestre e alcança R$ 3,705 bilhões

O avanço reflete o melhor resultado com crédito e receitas com tarifas e serviços

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São Paulo

O Santander Brasil encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 3,705 bilhões, aumento de 19,2% em relação aos mesmos três meses de 2018. A alta reflete o crescimento nas receitas com empréstimos e com tarifas e serviços. O resultado foi 6,5% superior do que o projetado por analistas do mercado, de R$ 3,48 bilhões, segundo informações da Refinitiv.

Enquanto a carteira de crédito apresentou um avanço de 11,1% no período, para R$ 331,6 bilhões, as receitas com tarifas e serviços registraram um crescimento de 14,9%.

De acordo com o relatório do banco divulgado nesta quarta-feira (30), os principais destaques nas concessões de recursos vieram de pessoas físicas, que subiram 17,1% no total, puxadas principalmente por linhas de maior garantia – como crédito consignado e imobiliário – e por cartão de crédito.

"Especialmente nessas linhas de maiores garantias, as taxas já estão caindo e isso vai abrir espaço no orçamento das famílias", afirma o presidente do Santander, Sérgio Rial. 

"Sempre há espaço para redução de juros, principalmente em um cenário de Selic [taxa básica de juros] no menor nível histórico. Mas especialmente no imobiliário, estamos muito focados na qualidade de experiência. Teremos grandes volumes saindo", acrescenta.

O financiamento ao consumo subiu 16,6%. O movimento acompanha a estratégia da instituição de aumentar sua participação de mercado e margem com clientes e também explica o ligeiro aumento de 1 ponto percentual no índice de atrasos acima de 90 dias, que terminou o terceiro trimestre em 3%.

Em relação ao aumento na participação de mercado (o chamado market share), o presidente da instituição financeira destacou que a estratégia é "continuar ganhando espaço nas linhas em que o Santander já esbanjado esforços nos últimos meses", como a área de adquirência por parte da GetNet e as linhas de agronegócio, financiamento ao consumo e veículos.

Logo do Santander; lucro do banco avança 19,2% no terceiro trimestre e alcança R$ 3,705 bilhões - Edgard Garrido/Reuters

Já do lado dos empréstimos às empresas, por sua vez, o carro-chefe continua sendo o crédito às micro, pequenas e médias empresas, com avanço de 6,6% (para R$ 38,7 bilhões), enquanto os recursos cedidos às companhias de grande porte não chegaram nem a 1% de crescimento. Isso porque grande parte da aposta do sistema financeiro nos últimos meses é de uma migração cada vez maior desses negócios para o mercado de capitais, bem como um crescimento ainda mais evidente no número de investidores.

"Ainda devemos ver uma demanda crescente por parte das grandes empresas na captação de recursos por meio do mercado de capitais. Além disso, tenho a expectativa de que poderíamos alcançar os 10 milhões de investidores na Bolsa de Valores em seis ou sete anos", diz o executivo.

Seguindo nessa linha, por exemplo, o maior destaque nas receitas com tarifas e serviços veio dos serviços de colocação de títulos, custódia e corretagem –que mais do que dobraram em relação ao terceiro trimestre de 2018, para R$ 317 milhões. Já o montante advindo de cartões e serviços da adquirente GetNet subiu 2,4%, para R$ 1,495 bilhão.

A margem financeira do Santander avançou 4,8% em comparação ao mesmo trimestre de 2018, para R$ 11,676 bilhões, enquanto o retorno sobre o patrimônio líquido médio ajustado (também conhecido como ROAE) da instituição ficou em 21,2% no acumulado até setembro, alta de 1,8 ponto percentual em 12 meses.

Controlador espanhol

Apesar dos fortes resultados da sede brasileira, o Banco Santander apresentou um declínio de 75% no lucro do terceiro trimestre, marcando 501 milhões de euros. O resultado do controlador foi atingido por uma depreciação de 1,491 bilhão de euros na sua filial britânica. 

O Brasil, praça de maior força, respondeu por 29% do lucro total do Santander. O conjunto europeu representou 46%.

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