O pessimismo contaminou o mercado financeiro brasileiro nesta segunda-feira (7). A maioria das ações registrou queda e o Ibovespa, principal índice da Bolsa, caiu 1,92%, para 100.572,77 pontos.
O motivo do mau humor estaria na indefinição dos projetos econômicos do governo, como as disputas sobre os recursos da cessão onerosa e a data da votação em segundo turno da reforma da Previdência no Senado.
“Fica por conta da dificuldade de aprovação de reformas, além de muita barganha dos governadores em relação à distribuição dos recursos da cessão onerosa. Tudo isso está adiando uma recuperação”, disse Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco Modalmais.
Segundo a agência Reuters, uma notícia publicada pelo Diário da Amazônia, de que o ministro Paulo Guedes deixaria o governo em fevereiro, teria contribuído para perdas do dia. A agência, porém, disse que uma fonte da área econômica do governo negou a informação.
Os maiores recuos da Bolsa vieram da Eletrobras, com queda de 7,12% nas ações preferenciais e de 8,05% nas ordinárias. O motivo seria a decisão do governo de não injetar R$ 3,5 bilhões na estatal para torná-la mais atraente em caso de privatização. Sem a ajuda financeira, a estatal terá que assumir a reestruturação de dívidas, o que a torna menos interessante aos olhos de potenciais investidores.
Conforme antecipado pela Folha no sábado (5), o governo enterrou de vez os planos de capitalizar a Eletrobras devido ao cenário fiscal ruim e pelas frustrações com receitas neste ano.
Sem a medida, a estatal terá que assumir dívidas das subsidiárias, o que a torna menos interessante aos olhos de potenciais investidores.
O dólar, depois de fechar a semana passada em queda, por volta de R$ 4,05, voltou a subir, em alta de 1,13%, cotado a R$ 4,1046. O mau humor afetou não só a moeda brasileira, mas também a de outros emergentes, como o Peso mexicano e o Rand sul-africano.
As Bolsas americanas começaram o dia recuando, chegaram a virar, mas fecharam em queda. Os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq perderam 0,45%, 0,36% e 0,33%, respectivamente.
No exterior, o mau humor foi alimentado pela resistência de Pequim em aceitar um acordo comercial mais amplo com o governo dos EUA.
A posição da China acabou derretendo a confiança de investidores dias antes de nova rodada de conversas.
Com Reuters
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