Petrobras lucra R$ 9,1 bilhões no terceiro trimestre

Resultado foi impulsionado por maior produção de petróleo e venda da BR

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Rio de Janeiro

Petrobras fechou o terceiro trimestre de 2019 com lucro de R$ 9,1 bilhões, alta de 36,8% com relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O desempenho reflete aumento na produção de petróleo e a entrada de recursos com a venda de ações da BR Distribuidora.

Nos nove primeiros meses de 2019, a companhia acumula lucro de R$ 31,9 bilhões, 35,1% a mais do que o registrado o mesmo período de 2018. Em carta aos investidores, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, disse estar feliz com os resultados mas que a empresa ainda tem obstáculos a vencer.

"Somos uma companhia ainda muito endividada, com custos altos e numa indústria que se defronta com grandes desafios num cenário global de aceleração das mudanças e crescente interdependência entre atividades econômicas", escreveu.

O esforço para redução de custos vem sendo usado como argumento pela estatal para renegociar o acordo coletivo de trabalho de seus empregados, processo que passou sem sucesso por mediação no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Sem acordo, os sindicatos iniciam greve neste sábado (26).

A venda de ações da BR teve impacto de R$ 13,9 bilhões no resultado da companhia, compensando lucros menores tanto no segmento de exploração e produção, quanto no segmento de refino, os dois principais negócios da Petrobras.

Por outro lado, a estatal No terceiro trimestre, a empresa voltou a dar baixa no valor de investimentos alvos da Operação Lava Jato, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e o navio sonda Vitória 10.000. 

No primeiro caso, foram R$ 68 milhões diante da falta de perspectivas de retorno do investimento já feito nas unidade de refino do complexo. No segundo, foram R$ 444 milhões pelo fracasso no leilão para a venda da unidade.

Ao todo, a empresa deu baixa de R$ 2,4 bilhões -- a maior parte (R$ 1,2 bilhões) relativa à plataforma P-37, que não será reaproveitada no campo de Marlim, na Bacia de Campos, como programado inicialmente.

A dívida líquida da empresa caiu 2,1% com relação ao trimestre anterior, chegando a R$ 314 bilhões. O indicador de endividamento sobre geração de caixa fechou o trimestre em 2,58 vezes, contra 2,69 do trimestre anterior e 2,96 do mesmo período de 2018.

Com o aumento das operações em plataformas no pré-sal, a Petrobras bateu recordes diário e mensal de produção durante o terceiro trimestre, superando pela primeira vez a marca de 3 milhões de barris por dia por um mês inteiro. 

Na média trimestral, a empresa produziu 2,878 milhões de barris de petróleo e gás, alta de 14,6% na comparação com o mesmo período de 2018. A receita no terceiro trimestre, porém, caiu 13,5% com relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 77 bilhões.

Segundo a Petrobras, os maiores volumes de exportação e margens maiores nas vendas de diesel e de gás de botijão contribuíram para que o Ebitda (medida de geração de caixa de uma empresa) ficasse em R$ 32,6 bilhões, estável em relação ao trimestre anterior e 9,1% maior do que no terceiro trimestre de 2018.

Responsável pela extração de petróleo, a área de exploração e produção teve lucro de R$ 11,8 bilhões no trimestre, 2,8% a menos do que no terceiro trimestre de 2018, quando o preço do petróleo estava mais alto -- em média, US$ 75,27 por barril, contra US$ 61,24 agora.

Na área de refino, a Petrobras ampliou a utilização de suas refinarias, que operaram com 80% da capacidade no trimestre, contra 76% no trimestre anterior. A empresa produziu 1,816 milhão de barris de combustíveis por dia, 2,9% a mais do que no trimestre anterior e praticamente estável com relação ao registrado um ano antes.

As vendas, porém, representam queda de 7% com relação ao mesmo trimestre de 2018, quando o preço do diesel estava tabelado e a concorrência com importados caiu. 

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