A Telefônica Brasil e a TIM vão considerar a compra de ativos da rival Oi, se estes forem colocados à venda, afirmaram executivos de ambas as empresas nesta terça-feira (29).
Em setembro, a Reuters publicou que a Oi, que está em recuperação judicial, estava negociando com as duas operadoras sobre venda de ativos para evitar insolvência.
"Como presidente-executivo de uma operadora de capital aberto, eu tenho o dever de acompanhar se isso gera ou não valor para meus acionistas se estes ativos forem colocados à disposição", disse a jornalistas o presidente-executivo da TIM, Pietro Labriola, durante a feira de telecomunicações Futurecom.
Já o presidente-executivo da Telefônica Brasil, Christian Gebara, afirmou que a empresa teria interesse em avaliar a compra da operação de telefonia móvel da Oi por causa das frequências.
"Esta decisão vai depender de quais frequências serão leiloadas para o 5G e quais ativos móveis serão colocados à venda. Vamos analisar o panorama completo", disse Gebara.
As ações da Oi encerraram o dia em alta de mais de 3%, enquanto os papéis da Telefônica Brasil caíram 0,2% e os da TIM recuaram 1%.
Além das duas operadoras, a Claro, do grupo América Móvil, também está aberta a discutir um acordo com a Oi.
O vice-presidente de operações da Oi, Rodrigo Abreu, tem afirmado que a operadora vai considerar vender sua operação de telefonia móvel se receber ofertas atraentes.
Tanto Gebara quanto Labriola enfatizaram que é muito cedo para especular sobre as regras para o leilão 5G previsto para o próximo ano, uma vez que a Anatel ainda está conduzindo testes de interferência sobre outros serviços.
O leilão está previsto para ocorrer em algum momento do segundo semestre de 2020.
"Vai ser um problema se isso acontecer amanhã com regras que não beneficiam a indústria ou o país. Eu ficaria satisfeito se o leilão ocorrer mais tarde, mas com as regras certas que possam garantir o retorno de nosso investimento", disse Labriola.
Além da aprovação de um novo marco para o setor pelo Congresso ocorrida há algumas semanas, Gebara espera mudanças estruturais adicionais para garantia do sucesso do lançamento do 5G no Brasil.
"A fórmula do passado não será o bastante", disse Gebara, afirmando que o país precisa também de uma reforma tributária e outras medidas.
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