Amazon queima largada e anuncia Black Friday antes da hora

Em email a consumidores, empresa afirma que promoções iniciam apenas à noite

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São Paulo

A Amazon antecipou um email a clientes e anunciou promoções de até 80% sem que os produtos estivessem com o preço da Black Friday, agendada para esta sexta-feira (29). A varejista enviou uma mensagem posterior aos consumidores pedindo desculpas pela empolgação.

"Infelizmente, as ofertas enviadas no último email ainda não estão disponíveis", disse a empresa. 

Entre os produtos com desconto anunciados no email estavam o alto-falante inteligente Echo Dot, que tem o sistema Alexa, o novo Kindle, videogames, perfume, bicicleta, computador e livro.

A empresa disse que apenas o email foi adiantado, mas que as ofertas não estavam liberadas a clientes, com exceção de produtos Echo, que são lançamentos de destaque da Amazon no Brasil este ano.

Embarcados com o sistema Alexa, os alto-falantes inteligentes estão com R$ 200 de desconto no site da companhia. 

Em nota, a Amazon diz que o restante dos produtos de outras categorias e de lojas parceiras começam a ser comercializados com desconto a partir das 20h desta quinta-feira (27).

Programada para esta sexta, as vendas da Black Friday devem subir 18% este ano com a proximidade do Natal, de acordo com expectativa da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). A projeção de faturamento é de R$ 3,45 bilhões, acima dos R$ 2,92 bilhões de 2018.

A expectativa para o ticket médio é de R$ 340 e a maior alta deve se concentrar nos setores de informática, celulares e eletrônicos, moda e acessórios e casa e decoração, segundo a entidade.

Levantamento da Folha mostra que apenas 13% dos produtos tiveram aumento em 15 dias, indicando que a "black fraude" não deve se concretizar nesta edição da data comercial. A análise levou em conta 10.735 produtos.

As lojas monitoradas foram Amazon, Americanas, Casas Bahia, Extra, Kabum, Magazine Luiza, Marabraz, Netshoes, Pernambucanas, Pontofrio, Renner, Saraiva, Submarino e TokStok.

Confira dicas para não cair em golpe na Black Friday

Compare preços

A média de descontos oferecida pelas lojas é de 20% a 30%, de acordo com a ABComm. Mesmo que parte do varejo use a data para fazer queima de estoque de coleção, como vestuário, ofertas acima de 70%, por exemplo, devem ser encaradas com desconfiança. É possível checar a evolução de preços de um produto em sites como Black Friday de Verdade, Google Shoppping, JáCotei, Buscapé e Zoom.

Cheque a reputação das marcas

É comum que lojas que aumentam preços dias antes da Black Friday ou que atrasam muito a entrega de um item tenham sido alvo de reclamação passada. O Reclame Aqui é uma fonte adequada para conferir o histórico de uma marca. Já o Procon-SP tem uma lista de mais de 300 sites a serem evitados. 

Prefira o site da loja e não a oferta das redes sociais

Para não cair em phishing —páginas ou links falsos que visam o roubo de informações— especialistas recomendam que a compra seja feita no site do varejista e não em folders enviados por emails ou circulados em correntes de WhatsApp.

Uma das formas mais simples de detectar phishing é pela presença de erros ortográficos nas peças gráficas. Antes de inserir qualquer dado financeiro, consumidores devem se atentar aos nomes dos sites.

O endereço eletrônico das lojas Americanas ou da Riachuelo, por exemplo, não terão nomes diferentes das marcas ou a presença de números.

Sites com "https" têm a conexão criptografada, portanto são mais seguros.

"Há muito golpe no Instagram e no Facebook. Anúncios como 'compre seu iPhone 11 por R$ 2 mil em dez vezes' são feitos para roubar informação", diz Bruno Prado, da UPX Technologies, de segurança digital. 

Ele sugere a verificação da origem de aplicativos baixados no Google Play e na Apple Store. "Se o desenvolvedor do app for uma pessoa física, é provável que seja falso."

É importante, também, verificar comentários sobre o aplicativo antes de fazer o download.

Evite wi-fi público

Uma recomendação básica para efetuar compras online é evitar a conexão wi-fi de lojas e outros espaços públicos, como aeroportos, restaurantes e praças. A alta movimentação de transações digitais em datas comerciais é um chamariz para invasores, que interceptam a conexão para roubar dados financeiros.

Faça a compra de seu próprio dispositivo

Além de usar a rede de dados própria, não insira informações de cartões de crédito ou débito, bem como endereço e outros dados pessoais em computadores, tablets ou celulares de terceiros. 

Opte por cartões virtuais

Grandes bancos e fintechs disponibilizam a criação de cartões de crédito virtuais que podem ser eliminados após compras online. Com informações financeiras descartadas após a transação, agentes mal intencionados não conseguem usar os dados para novas aquisições.

Especialistas também lembram que o cartão de crédito permite o cancelamento da compra diante de eventual problema, processo muito mais difícil em compras por boletos ou quitadas no débito.

Compre com cautela

Apesar de a data coincidir com o recebimento do 13º salário, uma das formas de evitar futuras dívidas e compras por impulso é criar uma lista com itens desejados. É ideal que o consumidor tenha um teto de gastos para a sexta-feira.

Redobre a atenção com o cashback

Os anúncios de cashback —programa de fidelidade em que as marcas devolvem ao cliente uma porcentagem do valor gasto no cartão de crédito— estão mais agressivos e têm sido uma das apostas das marcas nesta edição da Black Friday.

De acordo com a advogada Caroline Gonçalves, da área de consumidor do escritório Trench Rossi Watanabe, a opção é o "grande diferencial deste ano" por ter ganhado espaço no varejo.

"Tem sido considerado o segundo atrativo depois do preço baixo. É preocupante porque para o consumidor ainda é uma novidade", diz.

Ela sugere que os interessados fiquem atentos ao prazo de crédito de cada empresa (nem sempre o valor cai de forma imediata), verifiquem sobre quais produtos o retorno de dinheiro incide e se a alternativa é válida financeiramente.

Ao fazerem ofertas de cashback, as empresas têm responsabilidade de deixar as informações sobre as restrições claras ao consumidor.

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