Apps de comida estendem promoção para garantir entrega na Black Friday

Empresas mudam estratégia a fim de evitar as falhas de 2018, quando houve aglomeração de motoristas

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São Paulo

Os principais aplicativos de entrega do setor de alimentos e bebidas reforçaram o monitoramento e mudaram a estratégia de comunicação com usuários para dar conta da demanda da Black Friday nesta sexta-feira (29).

A previsão é que mais de 50% dos restaurantes e pontos de venda cadastrados nas bases de Uber Eats, Rappi e iFood ofereçam descontos.

Com Big Mac a R$ 1,00 para novos usuários do Eats, previsão de saída de mais de 100 mil sushis da SUSH1, que venda cada peça a R$ 1,00, e iFood fazendo “tudo por R$ 1”, o desafio desta edição será vencer os problemas logísticos detectados no ano passado, quando houve aglomeração de motoristas na busca de itens em supermercados e restaurantes.

Uma das formas de contornar a confusão da sexta-feira —e aumentar o lucro— foi diluir as ofertas durante o mês todo, estratégia comum a todas as foodtechs.

No caso do Rappi, aplicativo colombiano que está no Brasil há dois anos e viveu apenas uma edição da data, um dos recursos será reforçar a segmentação de anúncios com base no histórico do cliente, na tentativa de administrar a demanda ao longo do dia

“É uma guerra logística para vencer e garantir que o usuário receba compras na hora”, diz Fernando Vilela, diretor de crescimento da empresa.

Segundo ele, clientes serão notificados de descontos em horários diferentes para balancear oferta e demanda. A empresa não divulga o número de motoristas que fazem entrega, mas diz que o maior problema de 2018 foi a falta de estoque na indústria.

No Brasil desde 2010, a Black Friday supera vendas a cada ano, acompanhando o crescimento do ecommerce nacional. A expectativa de faturamento dos lojistas este ano é de R$ 3,45 bilhões, alta de 18%, de acordo com a ABCoom, associação brasileira do setor.

Os aplicativos de delivery seguem essa tendência, com crescimento de mais de 100% na comparação com as sextas anteriores em alguns casos. O Uber Eats diz que a edição passada registrou alta de 30% na comparação com vendas de outras datas fortes do varejo. A Black Friday, para essas empresas, tem se consolidado com uma das datas mais importantes do ano.

“O setor alimentício representa uma das maiores oportunidades de crescimento [no comércio eletrônico], o desafio é integrar a operação online e offline”, diz André Dias, da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e diretor-executivo do Compre & Confie, que monitora 90% do mercado na data comercial.

Segundo ele, o uso de aplicativos, no geral, tem sido tática dos lojistas porque o usuário permanece “logado” na plataforma. Isso é benéfico para as empresas porque a coleta de dados permite melhor direcionamento de ofertas, com base em hábitos de consumo, e porque mantém os consumidores focados só em itens da marca.

Às 19h desta quinta-feira (28), antes do início oficial do evento, o site Reclame Aqui verificou 83 registros contra apps na Black Friday, contabilizados desde a manhã de quarta (27); 17% eram sobre problemas na entrega. Até as 20h, o faturamento no ecommerce era superior a R$ 476 milhões no dia, de acordo com o Compre & Confie. 


Como evitar golpes na Black Friday 

• Desconfie de descontos acima de 80% —a média é de 20% a 30%— e cheque a evolução de preços em sites como Black Friday de Verdade, Google Shopping, JáCotei, Buscapé e Zoom

• Verifique a reputação das marcas em páginas do Reclame Aqui e do Procon 

• Tente comprar no site da loja e evite clicar em qualquer oferta agressiva enviada por email ou WhastApp

• Não faça transações pelo wi-fi público para ter menos risco de invasão

• Use o próprio celular ou computador para comprar

• Redobre a atenção com as especificações de programas de cashback, que devolvem uma porcentagem do valor 

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