Fasano chega a Nova York com restaurante e residencial

Casa brasileira de alta gastronomia deve ser aberta em maio em Manhattan

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São Paulo

Sonho antigo do empresário Rogério Fasano, o grupo que leva o sobrenome da família chega a Nova York. Serão duas novidades da marca em Manhattan no primeiro semestre de 2020, um restaurante de alta gastronomia e um empreendimento com residências e suítes.

“É um projeto de muitos anos, de uma vida. Havia batido na trave diversas vezes”, afirma Fasano à Folha, em referência às tentativas anteriores de estender o grupo, sediado em São Paulo, a Nova York. 

Com abertura prevista para maio, o Fasano vai ocupar um espaço amplo na Park Avenue com a rua 49. É onde funcionava o tradicional restaurante Four Seasons —não confunda com o hotel de mesmo nome.

Restaurante nova-iorquino Four Seasons, que fechou em junho; Fasano ocupará o espaço
Restaurante nova-iorquino Four Seasons, que fechou em junho; Fasano ocupará o espaço - Ellen Silverman - 24.nov.18/The New York Times

O acerto só foi concluído depois de uma longa negociação que envolveu, além do próprio Fasano, a construtora e incorporadora brasileira JHSF, que será parceira do grupo na operação do restaurante, e a americana Vornado Realty Trust, uma das empresas detentoras do maior número de endereços comerciais de Nova York.

O espaço de dois andares e cerca de 19.000 m², que será ocupado pelo novo Fasano, pertence à Vornado. 
Arquiteto dos principais projetos do grupo brasileiro, como os hotéis em São Paulo e em Salvador, o paulistano Isay Weinfeld foi o responsável por apresentar o fundador e presidente da Vornado, Steve Roth, a Rogério Fasano.

É de Weinfeld o projeto da segunda versão do Four Seasons, que abriu em agosto de 2018 e fechou um ano depois. Só depois de uma reforma, também com a assinatura de Weinfeld, é que o espaço será reaberto como Fasano.  

O endereço carrega a história de um símbolo da alta gastronomia de Manhattan. Aberto em 1959, o primeiro Four Seasons foi desenhado pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe, da Bauhaus, em parceria com o americano Philip Johnson. Ficava no térreo do edifício Seagram, na Park Avenue. 

Logo se tornou um centro de clientes notáveis, políticos e empresários poderosos e artistas famosos. John Kennedy, Muhammad Ali, Andy Warhol e Calvin Klein estavam entre os frequentadores assíduos. 

Essa primeira versão fechou as portas em julho de 2016. Nesta mesma época, os proprietários do restaurante anunciaram que Weinfeld seria o responsável pelo projeto do novo Four Seasons. Ele foi escolhido em um concurso promovido pelo crítico de arquitetura Paul Goldberger. 

 

Com um custo de cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 120 milhões), o restaurante abriu em agosto de 2018 no número 280 da Park Avenue, apenas três quarteirões ao sul de sua antiga localização. Diferentemente do primeiro ciclo do Four Seasons, que durou 57 anos, essa nova fase teve vida curta: fechou no último mês de junho. 

O novo restaurante Fasano terá cozinha italiana, como a maior parte das casas do grupo, mas o cardápio ainda não está definido. O chef da casa também não foi escolhido. 

O grupo não revela os valores investidos no restaurante, tampouco no Fasano Residence, que vai abrir as portas em janeiro de 2020. 

Esse é um empreendimento com capital da JHSF, operado pelo grupo Fasano. Não se trata de um hotel. É um prédio com unidades residenciais que podem ter uso compartilhado, suítes, clube privado e bar de uso exclusivo. 

Assim como o restaurante, o Fasano Residence está localizado numa das áreas mais nobres de Nova York. Fica na Quinta Avenida, entre as ruas 62 e 63, em frente ao Central Park. 

Essas duas novidades nos Estados Unidos se inserem em um projeto de expansão do grupo Fasano, que se acentuou nos últimos cinco anos. São atualmente sete hotéis e 23 restaurantes, espalhados por Brasil e Uruguai. 

Também com projeto de Weinfeld, o hotel Fasano em Trancoso, na Bahia, deve abrir as portas em meados do ano que vem. Será um resort. 

Está prevista para 2021 a inauguração do Fasano Itaim, complexo que vai englobar o segundo hotel do grupo em São Paulo, restaurantes e uma torre residencial.  O projeto é uma parceria de Marcio Kogan com o escritório Aflalo/Gasperini.  

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