Globo junta cinco empresas em uma, inclusive TV aberta e paga

Paulo Marinho, da terceira geração da família controladora, assume Rede Globo e canais pagos

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São Paulo

O Grupo Globo anunciou em nota que, após mais de um ano do programa UmaSóGlobo, implementado com apoio da consultoria Accenture, a partir de janeiro cinco de suas empresas serão integradas em uma única, chamada simplesmente Globo.

São elas TV Globo, Globosat, Som Livre, Globo.com, Globoplay e DGCorp. Continuam com gestão independente, reportando-se diretamente a Jorge Nóbrega, presidente-executivo do grupo, o Sistema Globo de Rádio e a Editora Globo, que reúne jornais e revistas.

"A marca Globo como a conhecemos hoje, sinônimo de TV aberta, passa a dar nome a uma empresa nova, ampliada, integrada e orientada a novos desafios e oportunidades", diz Nóbrega, na nota. "A experiência digital mudou a maneira como o público consome mídia, conteúdos e serviços, e nós mudamos junto."

Acrescenta que "o investimento em novas tecnologias e modelos de negócio não implica abandonar as forças tradicionais".

Paulo Marinho, executivo do Grupo Globo - Juliana Coutinho/Divulgação

Com a nova empresa, muda também a estrutura hierárquica do grupo, com a ascensão de Paulo Marinho, da terceira geração da família controladora, filho de José Roberto. Ele passa a responder por uma área denominada Canais Globo, junção de TV Globo e Globosat.

São as "forças tradicionais" do grupo. Marinho "tem como missão alavancar a receita publicitária" da TV Globo e "maximizar a equação de audiência, relevância de marca e receita de assinaturas" dos canais pagos. Ele passa a responder pela programação da Globo.

Seu primo, Roberto Marinho Neto, filho de Roberto Irineu, deixa a área de esportes para dirigir a Globo Ventures, "com responsabilidade sobre os investimentos diretos dos acionistas em novos negócios, mantendo uma relação de proximidade e troca com a Globo", segundo a nota.

Em entrevista à Folha no ano passado, quando ainda estava voltado a parcerias digitais, ao ser questionado sobre streaming, Paulo Marinho respondeu que "todas as empresas de mídia estão de alguma forma caminhando para também distribuir seu conteúdo direto ao consumidor".

Porém "não vai ser um processo radical, não existe uma coisa ou outra, e sim a convivência de diferentes ambientes". Acrescentou que "a distribuição no canal linear é um negócio ainda extremamente relevante, com muito potencial ainda".

O serviço de streaming da nova empresa segue sob o comando de Erick Brêtas, que entrou no lugar de João Mesquita, contratado em agosto pela concorrente Amazon. Ele responde pela unidade agora denominada Produtos & Serviços Digitais.

Carlos Schroder, que dirigia a Globo, passa a cuidar da unidade Criação & Produção de Conteúdo, que abrange Entretenimento, Esporte e Jornalismo --este último mantendo o vínculo direto ao Conselho Editorial do Grupo Globo, coordenado pelo vice-presidente editorial, João Roberto Marinho.

O anúncio foi acompanhado de demissões que, segundo fontes que pediram para não ser reveladas, poderiam chegar a 200, entre funcionários e terceirizados. Em outra nota distribuída à imprensa, a Globo não confirmou números, mas afirmou:

"Todas as grandes empresas modernas passam por processos na busca de eficiência e evolução constante e, nesse contexto, é natural que se façam ajustes."

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