Projeto que muda regras de nomeação no BC segue ao plenário do Senado

Texto prevê que os mandatos do presidente e diretoria sejam fixos, começando no primeiro dia útil do terceiro ano do mandato do presidente da República

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Brasília

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (12) o relatório favorável a um projeto de lei que altera regras para nomeação e demissão do Banco Central. Aprovado em regime de urgência, o texto segue para o plenário.

Os parlamentares aprovaram o relatório favorável do senador Telmário Mota (PROS-RR) ao projeto, do senador Plínio Valério (PSDB-AM). Segundo o autor, o objetivo do texto é proteger os dirigentes da autoridade monetária de ingerências políticas.

O texto prevê que os mandatos do presidente do Banco Central e de sua diretoria sejam fixos, começando no primeiro dia útil do terceiro ano do mandato do presidente da República e continuando nos primeiros dois anos do exercício presidencial seguinte.

Já a nomeação dos oitos diretores da instituição será feita de forma escalonada. Dois membros da diretoria serão nomeados a cada ano de governo. A proposta original de Plínio estabelecia que os mandatos da diretoria da instituição começariam com o do presidente do Banco Central.

Hoje, os nomes do BC costumam ser trocados já nos primeiros meses de gestão de um novo presidente da República. O atual presidente do BC, por exemplo, Roberto Campos Neto, teve o nome aprovado pelo Senado em fevereiro e assumiu o cargo no mesmo mês.

Com a mudança, Valério acredita que será possível blindar o banco de pressões políticas advindas do Executivo. Por exemplo, na definição sobre as taxas básica de juros (a Selic, determinada pelo BC).

O projeto de Valério prevê que a demissão do presidente e de diretores do BC fora do período previsto só pode acontecer com justificativa, aprovada pelo Senado após votação secreta. Ficaria assegurada ao dirigente a oportunidade de esclarecimento e defesa em sessão pública.

As mudanças propostas preveem que o presidente do BC deverá ainda apresentar no primeiro e segundo semestres de cada ano o relatório de inflação e o relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no Senado Federal.

Há outros textos em tramitação no Congresso que discutem mudanças no BC. Um deles (o projeto 112/2019) foi encaminhando em maio pelo Executivo e previa uma autonomia mais ampla (que englobaria as partes técnica, operacional, administrativa e financeira).

O projeto do governo conferiria ao BC a condição de autarquia de natureza especial, eliminando a vinculação existente hoje ao Ministério da Economia e, em consequência, a relação de subordinação.

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