Bolsa vai a 110 mil pontos e bate novo recorde

Ibovespa sobe mais de 1%, puxado pelo exterior

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São Paulo

A Bolsa brasileira alcançou o patamar de 110 mil pontos pela primeira vez na história nesta quarta-feira (4). O Ibovespa subiu 1,23%, a 110.300 pontos. A alta é fruto do viés positivo no exterior, após reportagem da Bloomberg apontar que um acordo comercial entre China e Estados Unidos está próximo, e ainda como reflexo do crescimento de 0,6% no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, melhor que o esperado. 

O recorde anterior era de 7 de novembro, quando o Ibovespa fechou acima dos 109 mil pontos pela primeira vez. 

Gráfico das recentes flutuações dos índices de mercado da Bolsa de Valores de São Paulo
Ibovespa vai a 110 mil pontos nesta quarta (4), novo recorde - Diego Padgurschi /Folhapress

Segundo a Bloomberg, chineses e americanos estariam próximos de um acordo sobre quais tarifas seriam revertidas na fase 1 do acordo comercial. Na véspera, o presidente americano Donald Trump disse que pode deixar a primeira etapa do acordo para 2020, após eleições presidenciais. Segundo as fontes ouvidas pela reportagem, os comentários do presidente não devem ser interpretados como uma paralisação das conversas. 

Ainda segundo a notícia, o apoio de Washington a Hong Kong não deve atrapalhar a fase 1, que se concretizaria antes de 15 de dezembro, quando novas tarifas entrariam em vigor.

Em Nova York, os principais índices acionários fecharam em alta. Dow Jones e Nasdaq subiram 0,5% cada e S&P 500, 0,6%. Na Europa, Frankfurt subiu 1%.

No Brasil, o Ibovespa também foi impulsionado por Petrobras, cujas ações preferenciais (mais negociadas) subiram 2,3%. A valorização da empresa acompanha a alta do barril de petróleo. O Brent subiu 3,6%, a US$ 63 (R$ 264,60), com a queda dos estoques da matéria-prima nos Estados Unidos.

O plano de desinvestimentos da estatal também animou investidores. Nesta quarta, aconteceu a primeira apresentação do Plano Estratégico 2020-2024 da Petrobras a analistas e investidores, em Nova York.

Segundo o diretor-executivo de Exploração e Produção, Carlos Alberto Oliveira, a companhia poderá colocar à venda mais campos marítimos de petróleo em produção, como participações nos campos de Marlim e Papa-Terra, ambos na Bacia de Campos.

Os desinvestimentos totais previstos pela empresa variam de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões no período do plano, sendo a maior concentração em 2020 e 2021.

Também estão nos planos a a criação de uma empresa, com usinas térmicas, que poderá ser listada em bolsa e venda de metade de sua capacidade de refino no Brasil, além de ativos de gás e em outros países.

A Petrobras poderá se desfazer de participação na BR Distribuidora, ainda em 2020, na Braskem — que levantaria de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões— e de ativos na Bolívia.

Ouras companhias que tiveram um bom desempenho na sessão foram Itaú e BTG, bancos ligados ao IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) da XP Investimentos, subiram 3,6% e 4,4%, respectivamente. A expectativa é que a corretora passe a ser negociada na Bolsa de Nova York na próxima terça (10). 

O otimismo levou o volume negociado na Bolsa brasileira a superar a média diária para o ano, a R$ 18 bilhões.

A cotação do dólar, no entanto, fechou estável, a R$ 4,204. Durante o pregão, a moeda americana chegou a cair para R$ 4,185, mas perdeu força.

Segundo Stéfany Oliveira, analista de investimentos da Toro, ainda há uma barreira dos investidores no patamar de R$ 4,20. Ou seja, o mercado não vê o dólar abaixo deste valor no momento e, quando a cotação caiu, investidores foram as compras da moeda, o que elevou seu valor.

Ela aponta ainda que o crescimento na indústria brasileira, que teve o melhor outubro desde 2012, não pesou contra e nem a favor do mercado hoje. O setor cresceu 0,8% comparado a setembro, contra uma estimativa média de economistas consultados pela Bloomberg, de 0,9%.

“A produção industrial veio ligeiramente abaixo do que o mercado esperava, mas não surpreendeu. O recorde Ibovespa hoje é, em grande parte, fruto da aproximação de China e EUA em torno de um acordo comercial e do PIB de ontem, que mostrou um aumento saudável, impulsionado pelo connsumo das famílias e por investimento e não por gastos do governo”, diz Stéfany.

"O resultado [da indústria brasileira] vem na linha da evolução do PIB, incluindo as importações de bens de capital. Temos leve recuperação, mas ritmo fraco de crescimento há vários trimestres", diz relatório do banco Fator.
 

(Com agências de notícia)

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