Dólar cai abaixo de R$ 4,10 com expectativa de acordo comercial

Americanos e chineses definiram termos da fase 1 do acordo, diz agência

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São Paulo

Segundo a Bloomberg, China e Estados Unidos chegaram a um entendimento sobre os termos da fase um do acordo comercial, que deve ser anunciada ainda nesta quinta-feira (12). Com a notícia, a cotação do dólar no Brasil acentuou sua desvalorização e fechou a R$ 4,094, recuo de 0,67% e menor valor desde 7 de novembro, quando a moeda americana estava cotada no mesmo patamar.

O dólar operou em queda durante boa parte do pregão, após o presidente americano Donald Trump tuitar por volta das 11h que está muito próximo de um acordo comercial para encerrar a guerra comercial com a China. "Chegando muito próximo a um grande acordo com a China. Eles querem isso e nós também!", escreveu Trump.

Segundo a agência de notícias, o acordo inicial envolve o adiamento de novas tarifas americanas a importações chinesas e cancelamento de algumas taxas existentes. A guerra comercial entre China e Estados Unidos dura quase dois anos com imposição de altas tarifas a bilhões de importações desses países. 

Reportagem do Wall Street Journal também contribuiu para o otimismo do mercado, com a informação de que as negociações contemplavam corte de até 50% nas tarifas em vigor sobre US$ 360 bilhões em importações da China, além do cancelamento de novas taxações planejadas para entrar em vigor em 15 de dezembro.

​O real ainda ganhou força com a mudança de perspectiva para o Brasil da agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor's (S&P). A agência elevou na quarta (11) de estável para positiva a perspectiva para o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, hoje em BB- (três degraus abaixo do selo de bom pagador).

Após a decisão da S&P, o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta que espera uma antecipação na melhora da nota do país.

“A nossa expectativa é que estamos já a caminho do upgrade. Isso normalmente leva dois anos, mas acho até que vamos conseguir antecipar. Se mantivermos o nosso ritmo de reformas, o Brasil vai retomar um crescimento acelerado muito rapidamente”, disse Guedes.

O governo tem destacado que, atualmente, o risco-país do Brasil medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos está no menor patamar em mais de seis anos, mas a nota de crédito ainda não reflete isso.
O índice funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes, e sua queda pode indiciar uma melhora futura no grau de investimento do país.

Nesta sessão, o CDS (Credit Default Swap) brasileiro caiu pelo sétimo pregão seguido e foi a 102,7 pontos, menor valor desde janeiro de 2013.

Ainda contribui para o cenário positivo apostas de investidores de novos cortes na Selic. Na véspera, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa básica de juros de 5,0% para 4,5% ao ano, nova mínima histórica. Parte do mercado viu no comunicado da decisão uma alta probabilidade de um novo corte em fevereiro, de 0,25 ponto percentual.

O Ibovespa refletiu o bom humor dos investidores e atingiu nova máxima histórica a 112.199 pontos, alta de 1%. Nos Estados Unidos, os índices acionários S&P 500 e Nasdaq também bateram recordes, com alta de 0,86% e 0,7%, respectivamente. Já Dow Jones ficou levemente abaixo de sua máxima, com alta de 0,8%.

O índice MSCI, que mede o desempenho de mercados de ações emergentes e desenvolvidos, também atingiu a máxima histórica, a 552 pontos, a máxima anterior era de janeiro de 2018, a 550 pontos.

(Com Reuters)

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