Fundo Pátria compra concessionária que administra Raposo Tavares

Em avanço na área de infraestrutura, gestora também anunciou que conseguiu crédito de R$ 2 bi para termelétrica no Rio

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São Paulo

O fundo de investimentos Pátria anunciou nesta quinta-feira (19) dois negócios ligados à infraestrutura, área em que tem concentrado investimentos. A maior deles é a compra de 100% concessionária Cart, que administra o corredor Raposo Tavares, em São Paulo, desde 2009 e pertencia à Invepar. O valor da transação não foi anunciado.

O Pátria também conseguiu um financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 2 bilhões para a termelétrica a gás Marlim Azul, em Macaé (RJ). O projeto é tocado pelo fundo em sociedade com Shell e Mitsubishi Hitachi.

Imagens aéreas do prolongamento do contorno de São Roque no Km 58 da Raposo Tavares. - Gabriel Cabral - 11.set.18/Folhapress

Na área rodoviária, a aquisição da concessionária ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores como o Cade (Conselho administrativo de Defesa Econômica) e a Artesp (agência estadual). O Pátria diz que vai investir R$ 500 milhões nas estradas sob administração da Cart nos próximos quatro anos. 

Essa concessão ainda tem 20 anos pela frente. O contrato abrange as rodovias SP-225, SP-327 e SP-270. Os trechos têm, ao todo, 834 quilômetros e vão de Bauru até Presidente Epitácio.

O eixo troncal do corredor tem 444 quilômetros; os demais 390 quilômetros são vicinais. As vias passam por 27 cidades, incluindo as divisas com Mato Grosso do Sul e com o norte do Paraná.

A compra da concessionária é a segunda investida do Pátria no setor de rodovias. A gestora já possui a Entrevias, criada em 2017 para gerir a concessão de sete rodovias no Centro-Oeste Paulista.

A Cart pertencia à Invepar, que tem como acionistas os fundos de pensão Previ (dos pensionistas do Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e dos credores da OAS.

Financiamento para termelétrica

O Pátria também anunciou nesta quinta (19) a assinatura de um contrato de financiamento do BNDES para a construção e instalação da termelétrica a gás Marlim Azul, em Macaé (RJ), que deverá iniciar as obras no início de 2020.

O BNDES vai aportar 80% do valor do projeto. Serão R$ 2,06 bilhões, com prazo de 24 anos para quitação.

A usina a ser construída terá capacidade de 565 MW. O projeto, que venceu o leilão de energia A-6 em 2017, é o primeiro que usará gás do pré-sal brasileiro. O investimento total da joint venture será de R$ 2,5 bilhões.

"A usina já tinha licença ambiental. Já fizemos terraplanagem, drenagem e asfaltamento das vias de acesso. A Mitsubishi é a fornecedora dos equipamentos principais e se responsabiliza pela construção, que começa em 2020. É a parte que despende mais capital", diz Bruno Chevalier, diretor-executivo da Marlim Azul.

"O BNDES considerou o projeto de baixo risco e permitiu uma alavancagem de 80%. Já temos duas expansões [da capacidade de geração] licenciadas e vamos fornecer energia também ao mercado livre", afirmou.

Chevalier diz também que a joint venture avalia novos projetos similares no setor de gás na região do pré-sal

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