Governo estuda se erro de quase US$ 4 bi na balança comercial pode ser ainda maior

Resultado de outubro está passando por revisão; motivo de atualização não foi explicado

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Brasília

O governo estuda se o erro que levou a uma correção nos dados na balança comercial de novembro pode ser mais amplo que o divulgado até agora.

Na última quinta-feira (28), o Ministério da Economia corrigiu os dados das exportações brasileiras registradas em novembro, elevando em US$ 3,8 bilhões o fluxo da vendas acumuladas no mês. 

Pelas novas informações, o país exportou nas quatro primeiras semanas de novembro o equivalente a US$ 13,5 bilhões, ante US$ 9,7 bilhões reportados antes.

A diferença fez o saldo comercial do mês passar de um déficit a um superávit. De acordo com os novos números, a balança está superavitária em US$ 2,7 bilhões em novembro (os dados anteriores apontavam um resultado negativo de US$ 1,099 bilhão).

O governo não descarta uma nova correção que abranja também, pelo menos, o mês de outubro. As análises continuam.

As causas da retificação ainda não foram totalmente explicadas. Em nota, o ministério afirmou apenas que "foram detectadas inconsistências relacionadas à transmissão e à recepção dos dados para processamento das estatísticas de comércio exterior".

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Vista geral de contêineres do BTP (Brasil Terminal Portuário) no porto de Santos (SP) - Eduardo Knapp-16.abr.2019/Folhapress

Segundo a pasta, a atualização dos dados é um procedimento normal, mas a alteração significativa em novembro "foi ocasionada por um evento não usual". 

Foi constatado até o momento que houve uma falha no sistema do governo que impediu o recebimento de informações.

A interpretação é que, embora tenha afetado de forma significativa o movimento registrado, o problema foi pontual. Por isso mesmo, a falha não teria sido detectada a tempo da divulgação dos números originais. 

O problema identificado na balança comercial é inédito, mas representa a segunda correção relevante de números por parte do Ministério da Economia em pouco mais de dois meses.

Em setembro, a pasta anunciou que tinha superestimado em R$ 5,8 bilhões sua estimativa para a despesa com pessoal e encargos sociais da União neste ano. A mesma falha levou o governo a mudar, neste mês, o projeto de Orçamento de 2020.

George Soares, secretário de Orçamento Federal, afirmou em entrevista à imprensa sobre a modificação do Orçamento que a retificação no item era decorrente principalmente de uma superestimativa nas contas de servidores do Ministério da Educação gerada em 2018 e constatada apenas em 2019.

"Não se percebeu isso à época. Só foi percebido em 2019", disse. " Demorou um pouco para tirar isso [superestimativa] da base", afirmou.

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