Itaú projeta PIB de 0,7% no último trimestre com efeito benéfico em 2020

Para banco, crescimento deste ano vai a 1,2% e o do próximo chegará a 2,2%

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São Paulo

O Itaú Unibanco afirma que, caso as expectativas de recuperação da atividade econômica sejam alcançadas, o PIB (Produto Interno Bruto) para este ano pode crescer até 1,2% em relação ao ano passado. Para 2020 e 2021, as projeções do banco são de alta próximas de 2,2% e 3%, respectivamente.

Segundo o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, o PIB observado no terceiro trimestre deste ano –de 0,6% ante os três meses imediatamente anteriores, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)—é uma boa notícia e pode aumentar a atual projeção do banco de crescimento no PIB para 2019 (de 1%).

“Esse número é uma boa notícia. Veio um pouco acima do que esperávamos [de 0,5%] e sinaliza um viés de elevação no curto prazo. Esperamos um crescimento de 0,7% para o quarto trimestre e, se nada mudar, a projeção de crescimento para este ano vira 1,2%”, afirma.

O último relatório Focus do Banco Central, que traz a média dos índices macroeconômicos estimados pelo mercado, aponta para uma expectativa de crescimento do PIB em 0,99% neste ano. Para 2020 e 2021, as projeções são de alta de 2,22% e 2,50%, respectivamente.

Agência do banco Itaú na avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo - Zanone Fraissat - 12.nov.14/Folhapress

De acordo com Mesquita, a composição do PIB do terceiro trimestre acabou mostrando um avanço menor do que o esperado no consumo, mas trouxe um desempenho mais favorável nos investimentos.

Segundo o IBGE, o avanço do PIB continuou sendo puxado pelo consumo das famílias (o qual representa dois terços da atividade econômica e cresceu 0,8% na comparação trimestral). A formação bruta de capital fixo (investimento das empresas), por sua vez, subiu 2% na mesma comparação.

“O segundo e o terceiro trimestres deste ano já têm um desempenho importante do investimento, muito em função da política monetária do país e da redução da incerteza quanto ao ambiente fiscal. Isso faz com que os juros de curto e longo prazo caiam”, afirma o economista-chefe.

Já em relação à taxa básica de juros, a projeção do Itaú é de que a Selic encerre o ano que vem em 4% ao ano. Ainda segundo o economista-chefe da instituição, a expectativa é de um corte de 0,5 ponto percentual na reunião da semana que vem e outros dois cortes de 0,25 ponto percentual no início do próximo ano.

“A economia está sofrendo uma importante transformação. Uma das características mais marcantes é a redução do crédito subsidiado, que acabou perdendo um pouco da sua razão de ser ante a taxa da Selic. Além disso, a redução dos juros também tem permitido um florescimento do mercado de capitais doméstico”, afirma Mesquita.

Dentre as demais projeções do Itaú, o economista-chefe também avalia que as taxas de emprego só devem começar a melhorar de maneira mais significativa a partir de 2021. Segundo ele, a tendência é de que ainda haja uma grande ociosidade no mercado no ano que vem.

“Ainda operamos com uma margem grande de ociosidade na economia. Mas é importante dizer que não vai ficar assim para sempre. A composição do emprego está melhorando, a criação de empregos formais se acelera. O importante é a qualidade dessas vagas, já que do ponto de vista fiscal, o trabalhador formal tende a ser mais produtivo”, acrescenta o economista-chefe.

Ele reitera, porém, que há riscos a serem ponderados: inclusive, no cenário internacional. “Todas as projeções envolvem risco. O mais importante para a volta da confiança é a continuidade das reformas”, disse. Para ele, o ruído político vivido no governo Bolsonaro não necessariamente terá algum impacto no crescimento da atividade econômica do país.

“O copo está mais cheio do que vazio, mas precisamos perseverar. O ambiente é desafiador e seguiremos observando todo o cenário”, complementa Mesquita.

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