SP ganha primeiro aeroporto privado do país voltado à aviação executiva

Segundo João Doria, Catarina é um passo a mais no processo de desativação do Campo de Marte

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São Roque (SP)

A JHSF inaugurou nesta segunda-feira (16) o primeiro aeroporto privado do país voltado à aviação executiva na cidade de São Roque, no interior de São Paulo, a cerca de 60 km da capital.

O Aeroporto Catarina está localizado numa área de 5,2 milhões de metros quadrados a cerca de 65 km da capital paulista, no quilômetro 60 da Rodovia Presidente Castelo Branco.

De helicóptero, é possível percorrer o trajeto entre a cidade de São Paulo e o aeroporto em cerca de 15 minutos.

A pista do Catarina tem 2.470 metros e é maior que a do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que tem cerca de 1.940 metros. A JHSF espera que o aeroporto opere até 200 mil pousos e decolagens por ano, incluindo de jatos executivos intercontinentais.

Avião de pequeno porte centralizado em uma pista de pouso/decolagem; um funcionário vestindo um colete sinalizador observa e orienta o avião
Gulfstream G450 após batismo do aeroporto Catarina, a 60 km de SP; pista é maior que a de Congonhas - Zanone Fraissat/Folhapress

A torre de controle para serviços de tráfego aéreo terá capacidade para a realização de aproximação de aeronaves por instrumentos de precisão e deve operar 24 horas por dia, todos os dias da semana.

O empreendimento também conta com o shopping Catarina Fashion Outlet e com o Catarina Corporate Center, com escritórios, numa área total de 7 milhões de metros quadrados.

"Esse empreendimento foi pensado dez anos atrás, quando foi identificado uma oportunidade de contribuir para a melhoria da infraestrutura e serviços de aviação executiva", disse José Auriemo Neto, controlador da JHSF.

Na cerimônia de batismo da pista, uma aeronave Gulfstream G450 pousou e foi recebido por jatos d'água de um caminhão. Além deste modelo, a infraestrutura do local permite pouso e decolagem de jatos executivos de grande porte como o Lineage 1000E da Embraer, G650, G600 e G550 da Gulfstream, Global 7500 e 8000 da Bombardier ou os modelos Falcon 8X e 6X da Dassault Falcon Jet.

Será possível fazer voos intercontinentais non-stop com aviões executivos para cidades como Nova York, Londres ou Paris.

"São Paulo tem recebido muitos investidores que se queixam da falta de um aeroporto só para aviação executiva, como existem em Nova York e na Flórida", disse o governador João Doria (PSDB-SP), que foi à inauguração do aeroporto —ele foi à cerimônia de helicóptero.

Doria afirmou que o Catarina é um passo a mais no processo de desativação do Campo de Marte. O plano é que o Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, opere apenas para helicópteros.

"Em janeiro vamos fazer um cronograma com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas [Infraestrutura] para a desativação completa do aeroporto. O formato e o período serão anunciados em janeiro. Ali teremos apenas pouso e decolagem de helicóptero."

O governador aproveitou a ocasião para falar da redução do ICMS sobre o combustível de aviação, que segundo ele, foi a responsável pelo crescimento do setor aéreo no estado. O imposto foi reduzido de 25% para 12%.

"Agora temos 706 novos voos regulares semanais para São Paulo", disse. Segundo o governador, até março o estado contará com 16 aeroportos regionais.

"Também lançamos a campanha internacional para mais de 120 países [em canais da CNN]. Foi pago pelas companhias aéreas em contrapartida com a redução do ICMS", afirmou.

"Resultado disso em pouquíssimo tempo já ampliamos em 8% o movimento turístico para SP."

O projeto do aerporto desenvolvido pela JHSF acabou citado nas acusações contra o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT-MG) por prática de tráfico de influência no período em que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Pimentel foi condenado no mês passado a mais de dez anos de prisão. O ex-governador é acusado de receber R$ 4,255 milhões para favorecer a JHSF.

A JHSF afirma que não é parte neste processo e que não foi apresentada qualquer denúncia contra a companhia.

“Em 2017, o controlado da empresa celebrou um acordo de colaboração com as autoridades brasileiras, já homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, para esclarecimento dos fatos”, diz o comunicado.

José Auriemo Neto, da JHSF, firmou acordo com o Ministério Público, homologado pelo Superior Tribunal de Justiça e pela Justiça Eleitoral de Minas Gerais. Ele teve que pagar R$ 1 milhão para o hospital do câncer de Barretos para que o processo fosse suspenso. Auriemo também está disponível para colaborar sobre o caso mediante solicitação do Ministério Público.

Pimentel nega as acusações.

 
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