Descrição de chapéu Saneamento no Brasil

Doria defende privatização da Sabesp se marco do setor for aprovado

Ações da companhia subiram 4,7% com notícia e foram a R$ 64,50, maior valor histórico

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O governador João Doria (PSDB-SP) afirmou nesta terça-feira (28) que a aprovação do marco regulatório do saneamento pelo Congresso Nacional, mantida a versão atual do texto, pode viabilizar a privatização da Sabesp, estatal paulista do setor.

“A nossa posição é de um governo privatizante, desestatizante, pró-privado e menos governo. A Sabesp, mesmo sendo uma empresa bem administrada, que produz resultados, poderá, sim, ser privatizada se o marco regulatório o permitir. Isso vai permitir que ela não só atue em São Paulo como em outros estados brasileiros”, afirmou o governador após participar do evento Latin America Investment Conference 2020, promovido pelo banco Credit Suisse.

“Vamos aguardar a decisão do Congresso Nacional. É uma empresa cotada em Bolsa. Tudo aquilo que o seu acionista majoritário fala reflete nas ações da companhia. A posição é analisar criteriosamente essa possibilidade.”

As ações da Sabesp na Bolsa brasileira subiram 4,7% com a notícia e foram a R$ 64,50, maior valor histórico.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), participa da inauguração da Casa da Mulher Brasileira de São Paulo
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), participa da inauguração da Casa da Mulher Brasileira de São Paulo - Zanone Fraissat - 11.nov.2019/Folhapress

Questionado sobre a capitalização da companhia como “plano B” para a estatal, o governador afirmou que essa pode ser uma alternativa.

“É uma alternativa que está dentro do cardápio face o marco regulatório. Se houver alterações substanciais na proposta, que está bem formulada pelo relator, a opção seria a capitalização”, disse o governador.

Doria disse também que os governadores do Sul e Sudeste irão junto à China em maio, com objetivo de vender projetos desses estados no exterior. Questionado sobre realizar a viagem ao país asiático que é o epicentro do coronavírus, o governador afirmou que, até a data da missão, será possível avaliar melhor essa questão.

“Ainda temos um bom tempo pela frente antes de avaliar se devemos alterar a viagem programada”, afirmou.

Ao ressaltar a importância dos investimentos chineses no Brasil, Doria disse que continua, por exemplo, estimulando empresas daquele país a assumir a antiga fábrica de caminhões da Ford em São Bernardo do Campo (SP).

A Caoa já desistiu das negociações com a Ford pela unidade da montadora americana no município. A reorganização mundial da Ford resultou na saída da empresa da produção de caminhões na América Latina, medida anunciada em fevereiro do ano passado. A empresa chinesa BYD surgiu como possível compradora da fábrica.

Em sua apresentação a gestores de várias instituições do mercado financeiro, o governador aproveitou para provocar o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a imagem do Brasil no Fórum Econômico Mundial melhorou bastante por conta da decisão do governo brasileiro de enviar como representante o ministro Paulo Guedes (Economia), e não o presidente da República.

“O Brasil já não é mais o que era em janeiro [de 2019], quando o Bolsonaro esteve lá. Não vou comentar a qualidade de palestra. O Paulo Guedes deixou uma imagem positiva em Davos”, afirmou o governador, que foi neste ano ao evento na Suíça.

Doria afirmou ainda que a economia paulista cresceu bem mais do que a média nacional no ano passado e disse que não fica perdendo tempo com questões políticas, redes sociais ou atribuindo os problemas aos governantes anteriores.

“Começamos 2020 com o mesmo time de 2019. São Paulo não tem 01, 02, 03, 04 ou 05. Não perdemos tempo com bobagem, com rede social”, afirmou, fazendo uma referência ao apelido dado aos filhos do presidente da República.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.