O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevêdo, afirmou nesta quarta (22) ter tido uma boa conversa na véspera com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , sobre a necessidade de reformas no organismo. Mas ressaltou que não há negociação específica em curso.
“Se a OMC quiser se atualizar, precisará fazer reformas, isso já tem sido conversado na organização. Mas não é que tenhamos falado de um grande pacote de reformas, porque sabemos que negociar um grande pacote de reformas levaria décadas”, afirmou o brasileiro, em aparente alusão à rodada Doha de negociações para liberalização do comércio, que sucumbiu a múltiplos desacordos.
Na véspera, Trump declarara a publicações americanas, após se reunir com Azevêdo, que os dois haviam concordado com a necessidade de reformar o organismo e que a OMC tinha “muitos problemas” - o que exemplificou com decisões supostamente desfavoráveis aos EUA.
Nos últimos três anos, os EUA intensificaram a pressão sobre o organismo que rege o comércio, o que culminou em dezembro passado com a paralisação do órgão de apelação da entidade — espécie de segunda instância das arbitragens comerciais — porque os EUA bloquearam a eleição de novos membros para a junta após o fim dos últimos mandatos, deixando o órgão com apenas um membro.
Por ora, há debates sobre como solucionar o problema e soluções interinas. Azevêdo, entretanto, não deu detalhes dessas discussões, limitando-se a dizer que será preciso evitar repetir fórmulas e “ser criativo”.
O diretor-geral da OMC deve viajar a Washington em breve para debater com o governo americano o que abordar em uma eventual reforma. Ele não listou quais os pontos cobrados por Trump - supostamente, a diferença de tratamento para países ricos e grandes emergentes é um deles.
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