Portugal planeja exportar mais azeite para o Brasil

Empresas portuguesas que não exportam para o país se preparam para entrar no mercado brasileiro

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Portugal produziu 119 mil toneladas de azeite na safra 2017/18. Deste volume, 94 mil saíram do Alentejo, uma região que já fornecia o produto para os romanos há 2.000 anos. Os portugueses aumentam ano a ano a área dos olivais, que já é de 360 mil hectares, e buscam, cada vez mais, o mercado externo.

Em 1990, o país produziu 200 mil toneladas de azeitonas para a fabricação de azeite. No ano passado, foram processadas 740 mil.

O Brasil é o principal destino do azeite exportado pelos portugueses. No ano passado, o país importou 69 mil toneladas de azeite de oliva. Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), 38 mil vieram de Portugal. As importações de azeite refinado e não modificado quimicamente somaram 11 mil toneladas. Portugal forneceu 8.852 delas.

Parte da produção de azeite é feita por investidores estrangeiros. Foi o destino do engenheiro mecânico brasileiro Luiz Carlos Simões, da Portugal Rural. Mesma língua e mesmos hábitos o levaram ao país europeu.

Em 2003, começou a plantar oliveiras e a fazer azeite no Alentejo. À área atual do olival de 250 hectares serão acrescentados mais 80 nos próximos anos.

Quando lhe é perguntado se, experiente na atividade agora, não voltaria ao Brasil para desenvolver a produção de azeite, Simões responde que o país tem suas dores de cabeça e ele não tem mais idade para isso.

Produção de azeite na empresa Herdade Esporão - Mauro Zafalon/Folhapress

Copos azuis sobre uma mesa e Ana Carrilho, gerente da Esporão Azeite e diretora da Cepaal (Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo), começa a explicar a importância da análise sensorial.

A forma da colheita, o frescor das azeitonas e a ausência de impurezas no processo vão determinar o resultado final do azeite, que pode ser comprovado pela análise.

O copo azul permite uma prova às escuras, para que a cor do produto não influencie a avaliação. O azeite é colocado no copo, coberto e, na sequência, aquecido com as mãos.

O próximo passo é girar lentamente o copo e inalar. O copo é recoberto novamente e, em seguida, o azeite colocado na boca, deixando-o fluir pela garganta.

É o caminho para a análise mostrar aromas e sabores do azeite. O tipo extra virgem não tem defeitos. Já o virgem pode conter pequenos defeitos oriundos do processo de produção, segundo Carrilho.

O azeite do Alentejo é aromático e suave, segundo a diretora do Cepaal.

Vinho e azeite estão interligados, e as vinícolas também produzem azeite. Na sua maioria, todas têm um projeto de expansão da produção para os próximos anos.

A Santa Vitória processa 1 milhão de quilos de azeitona por safra, mas já tem um parque industrial com capacidade para 5 milhões.

A Herdade dos Grous tem 110 hectares e vai plantar mais 120. As empresas que ainda não estão no mercado brasileiro já se preparam para entrar.

É o caso da Casa Relvas, que deverá lançar o produto aqui no Brasil em 2020.

O jornalista viajou a convite da CVRA e da Cepaal  ​

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