Turquia prende pilotos em investigação sobre fuga de Ghosn por Istambul

Autoridades japonesas permitiram que ex-chefe da Nissan ficasse com um passaporte francês em mala trancada

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Istambul | Reuters

A polícia turca prendeu sete pessoas, incluindo quatro pilotos, nesta quinta-feira (2), em uma investigação sobre como o ex-chefe da Nissan Carlos Ghosn passou por Istambul a caminho do Líbano depois de fugir do Japão, informou uma porta-voz da corporação.

Segundo a porta-voz, os outros detidos são dois trabalhadores de solo de um aeroporto e um funcionário de transporte de carga, e os sete devem fazer declarações perante um tribunal nesta quinta-feira.

A imprensa turca informou que o Ministério do Interior do país iniciou uma investigação sobre o trajeto de Ghosn. O ex-chefe da Nissan revelou na terça-feira que havia fugido para Beirute para escapar do que chamou de sistema judicial fraudulento do Japão.

Ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn fugiu do Japão para o Líbano
Ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn fugiu do Japão para o Líbano - Eric Piermont/AFP

Pessoas familiarizadas com o assunto disseram que Ghosn chegou a Beirute em um jato particular que partiu de Istambul na segunda-feira (30).

O site de notícias Hurriyet, citando uma autoridade do Ministério do Interior, disse que a polícia de fronteira turca não foi notificada sobre a chegada de Ghosn e que nem sua entrada nem saída foram registradas.

Segundo o Hurriyet, o avião que levou Ghosn chegou às 5h30 de segunda-feira ao aeroporto de Ataturk, em Istambul, e os promotores ordenaram as prisões efetuadas nesta quinta-feira depois de ampliarem suas investigações.

Dados de rastreamento de voo sugerem que Ghosn usou dois aviões diferentes para voar para Istambul e depois para o Líbano.

As autoridades japonesas permitiram que Ghosn ficasse com um passaporte francês sobressalente em uma mala trancada enquanto estava sob fiança, disse a emissora pública NHK na quinta-feira.

O empresário, que tem cidadania francesa, libanesa e brasileira, foi retirado de Tóquio por uma empresa de segurança privada dias atrás, na conclusão de um plano elaborado durante três meses, disseram fontes à Reuters.

Ghosn foi preso pela primeira vez em Tóquio em novembro de 2018 e enfrenta quatro acusações, incluindo ocultação de renda e enriquecimento pessoal por meio de pagamentos a concessionárias de veículos no Oriente Médio. Ele nega as acusações.

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