Uma plataforma de produção de petróleo da Petrobras, que estava ancorada na Baía de Guanabara, foi levada pelos fortes ventos que atingiram o Rio na noite desta quinta (30) e bateu na orla de Niterói, na região metropolitana da capital fluminense.
Em nota divulgada nesta sexta (31), a Petrobras diz que até o momento, não há o registro de avarias. Na quinta, já havia afirmado que não houve vítimas nem dano ambiental.
A plataforma P-70 chegou ao Rio na última sexta (24) e passou nesta quinta por uma operação de desdocagem —sendo retirada de cima do navio que a trouxe da China, onde foi construída.
A tempestade começou no início da noite, causando transtornos em toda a região metropolitana. Às 20h05, o Centro de Operações Rio decretou estado de atenção. Por volta das 20h30, a plataforma bateu nas pedras da Boa Viagem, bairro litorâneo de Niterói.
Segundo a estatal, a embarcação estava sendo fundeada por rebocadores, quando duas das quatro linhas que a fixariam ao fundo da baía se romperam devido à força dos ventos.
O acidente assustou estudantes da Universidade Federal Fluminense, que tem um dos campi em frente ao local onde a plataforma bateu. Eles relataram terem ouvido sirenes quando embarcação estava na orla.
Motoristas que passavam pela av. Milton Tavares de Souza pararam também foram surpreendidos. Muitos pararam para fazer fotos e vídeos, mesmo em meio à forte chuva.
O local onde a plataforma se chocou é um ponto turístico de Niterói, de onde, segundo os moradores da cidade, se tem a vista mais bonita do Rio de Janeiro.
A Petrobras diz que a plataforma se deslocou durante processo de ancoragem em uma área próxima da orla e que já reconduziu a embarcação para a área onde ficará ancorada.
Nesta sexta, a Petrobras disse que a plataforma já se encontra estabilizada. Uma comissão de investigação será instaurada para apurar as causas da ocorrência. A empresa disse que não houve vítimas.
"Uma vez identificadas as causas, a companhia tomará as medidas adequadas para evitar que incidentes deste tipo venham a ocorrer", afirmou a companhia.
O cronograma original prevê que a P-70 fique na baía de Guanabara por cerca de 30 dias, enquanto autoridades completam o processo de nacionalização e os últimos testes são feitos antes que seja transportada ao campo de Atapu, no pré-sal da Bacia de Santos, onde vai operar.
É uma plataforma do tipo FPSO (sigla para unidade flutuante de produção, estocagem e transferência de petróleo), também conhecido como navio-plataforma. Com 228 metros de comprimento, 54 de largura e 31 de altura, ela pesa 78 mil toneladas.
A P-70 tem capacidade para produzir 150 mil barris de petróleo por dia. Veio da China transportada pelo navio semissubmersível Boka Vanguard. que foi submerso na tarde desta quinta para a retirada da plataforma. A baía de Guanabara foi escolhida como local da operação justamente por ter águas abrigadas.
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