Descrição de chapéu Financial Times

Alto executivo deixa o Fundo Vision do SoftBank, de US$ 100 bilhões

O conglomerado de tecnologia sofreu uma série de reveses no último ano, incluindo um investimento decepcionante no WeWork

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Arash Massoudi Eric Platt Miles Kruppa
Londres, Nova York e San Francisco | Financial Times

Um alto executivo do Fundo Vision do SoftBank, de US$ 100 bilhões, está de saída depois de manifestar preocupações sobre "problemas" no conglomerado de tecnologia, que sofreu uma série de reveses no último ano, incluindo um investimento decepcionante no WeWork.

Michael Ronen, ex-banqueiro do Goldman Sachs que entrou no SoftBank em 2017, disse ao Financial Times que há várias semanas estava "negociando os termos de minha saída antecipada".

Ronen foi o sócio-gerente dos investimentos nos EUA do Fundo Vision, comandando suas apostas em startups de transportes e logística como Getaround, GM Cruise e Nuro.

O logo da companhia Softbank no escritório em Tóquio
O logo da companhia Softbank no escritório em Tóquio - REUTERS

O SoftBank também está discutindo o futuro de Ron Fisher na companhia, segundo três pessoas informadas sobre as negociações. Fisher é um dos mais antigos assessores do fundador, Masayoshi Son, e foi um dos principais defensores da aposta exagerada do SoftBank no WeWork, disseram ao Financial Times pessoas com conhecimento direto do assunto.

O SoftBank disse que Fisher era "um membro valioso da família SoftBank" e "não vai a lugar nenhum".
Uma série de investimentos desastrosos abalou a confiança no Fundo Vision e deixou Son, como sua força motriz, lutando para levantar qualquer capital externo para seu fundo de investimentos em jovens empresas.

Fisher, vice-presidente do SoftBank, ingressou em 1995 e está entre os assessores mais próximos de Son. Enquanto Son autorizou os investimentos de mais de US$ 10 bilhões do SoftBank no WeWork, foi Fisher quem fez parte do conselho do provedor de espaço de escritório compartilhado e que trabalhou mais perto da administração em sua estratégia e planos de crescimento, disseram algumas dessas fontes. Fisher não foi encontrado para comentar.

Uma das pessoas informadas sobre as negociações disse que Deep Nishar, ex-executivo do LinkedIn e do Google, e Colin Fan, ex-executivo do Deutsche Bank e associado próximo do chefe da SBIA, Rajeev Misra, provavelmente assumirão as responsabilidades de Ronen nas Américas.

A saída de Ronen ocorre quando pessoas próximas às discussões dizem que SoftBank e Son não conseguiram levantar nenhum investimento externo para o segundo Fundo Vision da empresa.

Em julho, Son divulgou uma série de investidores, incluindo Apple, Microsoft e Banco Nacional do Cazaquistão para o fundo, que, segundo ele, comprometeram um total de US$ 108 bilhões --mesmo sem nenhum financiamento dos maiores apoiadores externos do primeiro Fundo Vision, Arábia Saudita e Abu Dhabi.

No entanto, nenhum dos possíveis investidores firmou seus compromissos não vinculativos no segundo Fundo Vision. Apesar disso, o SoftBank forneceu cerca de US$ 5 bilhões em apoio ao segundo Fundo Vision para começar a fazer investimentos, disse uma pessoa com conhecimento dos esforços de captação de recursos.

Os investidores do Golfo que contribuíram com US$ 60 bilhões para o primeiro Fundo Vision ficaram preocupados com a percepção de despejar dinheiro nos fundos do SoftBank após vários fracassos de alto perfil do primeiro Fundo Vision, segundo as pessoas familiarizadas com as discussões.

Em última análise, o WeWork provou ser uma aposta devastadora para o SoftBank, pois os planos de listar suas ações falharam e o forçaram a conseguir um resgate de bilhões de dólares do SoftBank no final do ano passado para evitar a insolvência.

O SoftBank, que anunciou uma nova administração no WeWork, agora está pressionando outras empresas que apoiou para que reduzam suas perdas e aumentem os lucros.

O preço das ações do SoftBank caiu 25% desde abril passado, quando atingiu seu nível mais alto desde o início dos anos 2000, antes que uma série de empresas de alto perfil apoiadas pelo SoftBank fizessem estreias embaraçosas no mercado de ações --incluindo Uber e Slack.

Parte de seu fraco desempenho foi mascarada pelos ganhos no preço das ações do grupo chinês de comércio eletrônico Alibaba, que subiram acentuadamente e atingiram um valor de mercado de US$ 600 bilhões. O SoftBank possui uma participação de 25% no Alibaba.

Além disso, a Business Insider informou nesta semana que Michelle Horn, ex-sócia da McKinsey que ingressou no SoftBank como diretora de pessoal no ano passado, também saiu.

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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