São Paulo registra recorde de autorizações para construção de edifícios em 2019

Mercado imobiliário na capital deve continuar crescendo, principalmente na zona sul

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São Paulo

O bom resultado do mercado imobiliário paulista em 2019 veio principalmente puxado pelas vendas e lançamentos no segmento econômico e concentrados na capital, especialmente na zona sul da cidade. 

A depender do número de autorizações para a construção de novos edifícios, a cidade de São Paulo deve seguir puxando a melhora no setor.

De janeiro a dezembro do ano passado, 909 alvarás para construções foram emitidos em São Paulo, um aumento de 29,1% ante o ano anterior, segundo levantamento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) junto à prefeitura.

Foi o segundo ano seguido de crescimento e um recorde da série histórica do indicador, iniciado em 2000. O pico anterior tinha sido registrado em 2014, quando 847 autorizações foram liberadas.

A distribuição dos alvarás confirma o avanço do mercado imobiliário na zona sul da capital, registrado no balanço de lançamentos e vendas feito pelo Secovi-SP (sindicato da habitação). Permite antecipar também onde estarão os empreendimentos que começarão a sair do papel em breve.

Em 2019, a região de Santo Amaro concentrou o número de lançamentos na cidade, com 4.151 unidades, seguido por Sacomã, com 3.170, e Vila Mariana, com 1.825 lançamentos. 

Segundo a Abrainc, a maioria das autorizações ainda está na zona leste, com 43,6% do total, mas a região teve o menor crescimento na cidade. A zona sul está com 19,3% dos alvarás emitidos, mas, em relação ao ano de 2018, subiu 65,1%.

Por região, os bairros que receberão edifícios com quatro ou mais andares serão Bela Vista, no centro, Tucuruvi e Santana, na zona norte, Vila Marina e Moema, na zona sul, Penha e Vila Maltilde, na leste, e Pinheiros, na oeste. 

Os números positivos —até 2017, o número de alvarás concedidos vinha em queda, segundo a Abrainc— não alteram a confiança do setor.

Para o Secovi-SP, o resultado do ano passado foi considerado excepcional. Os lançamentos cresceram 49,6% ante 2018, e as vendas, 49,5%. De janeiro a dezembro, 55,5 mil unidades residenciais foram lançadas, e 44,7 mil foram vendidas.

Para este ano, o setor espera lançar e vender o mesmo tanto. O desemprenho esperado, segundo Basílio Jafet, presidente do sindicato, é que a variação não deve passar de 3% para mais ou para menos.

Instabilidades políticas no país e a legislação urbanística na capital —as regras previstas na lei de zoneamento e no plano diretor— são vistas com preocupação pelo setor. O Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo) divulgou no início do mês uma carta na qual diz considerar que a atividade econômica não engatou. 

Enquanto o mercado na capital se aqueceu, na Grande SP a melhora é lenta. O economista Celso Petrucci, do Secovi-SP, diz que o resultado na região metropolitana tem relação com a baixa aderência do programa Minha Casa, Minha Vida. “Enquanto em São Paulo o programa pegou tão bem, no entorno, ficou fraco.

Ainda são mercado significativo, mas perderam espaço. Muitas prefeituras dificultam essa expansão”, diz.
Em 2019, foram 10,2 mil unidades lançadas na região —na comparação com 2018, houve queda de 4,1%. A comercialização não foi tão mal e subiu 10,2% ante o ano anterior; de 9.000 para 9.900.

O município com mais imóveis lançados foi Osasco, com 2.722, seguido por São Bernardo do Campo, com 1.660, e Cotia, com 1.426.

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