Após o presidente Donald Trump proibir a entrada de europeus no país, a American Airlines anunciou que vai cortar 75% dos seus voos internacionais, incluindo as rotas entre Brasil e Estados Unidos.
O anúncio da companhia ocorre em meio ao maior apagão aéreo da história, provocado pela crise do coronavírus. Nas próximas quatro semanas, 6.747 voos e cerca de 2 milhões de assentos devem ser afetados, segundo a consultoria britânica OAG .
A suspensão da American Airlines atinge os aeroportos de Brasília, Guarulhos, Manaus e Galeão e está prevista para durar até maio. Entre as rotas cortadas estão as de Miami e Nova York para Rio de Janeiro e São Paulo.
Em pronunciamento na noite de quarta-feira (11), Trump afirmou que iria suspender por 30 dias, a partir da sexta-feira, as viagens com destino aos Estados Unidos que partam da zona Schengen (que reúne 26 países europeus) como medida contra a pandemia do coronavírus. No sábado (14), o governo americano acrescentou o Reino Unido e a Irlanda na lista de suspensão de voos.
Com essas restrições, empresas de aviação britânicas pediram ajuda ao governo para sobreviver à crise.
"O tempo para agir é agora", disse a Airlines UK, uma associação de empresas de aviação com operações no Reino Unido, cujos membros incluem British Airways, Virgin Atlantic, Norwegian e Ryanair.
"Nós estamos falando sobre o futuro da aviação no Reino Unido —uma de nossas indústrias de classe mundial —e, a menos que o governo se organize, quem sabe o que restará dela assim que sairmos dessa bagunça", acrescentou.
O impacto da pandemia no setor aéreo começa a ganhar números concretos neste fim de semana. Empresas como Air France e a holandesa KLM pretendem cortas vagas temporariamente, além de suspender voos.
A Air France deve colocar em lay-off (suspensão temporária de trabalho) até 80% de seus 40 mil funcionários e a KLM, sócia holandesa da Air France, planeja cortar 2.000 vagas temporárias e suspender 40% de suas linhas áreas.
Na Escandinávia, onde Noruega e Dinamarca também se fecharam para a entrada de estrangeiros, a SAS anunciou que colocará 90% de seus funcionários em lay-off a partir desta segunda (16). Cerca de 10 mil trabalhadores terão seu trabalho suspenso.
Além dos voos para o Brasil, a American Airlines também suspendeu suas atividades em outros países da América Latina, como Peru, Chile, Colômbia e Equador.
VEJA O IMPACTO DO CORONAVÍRUS NAS COMPANHIAS AÉREAS
AIR BALTIC
em 15.mar se tornou a primeira companhia europeia a suspender todos os voos por causa da pandemia
AIR FRANCE - KLM
Corte de até 2.000 empregos (vagas temporárias que não serão renovadas)
80% dos 40 mil funcionários serão colocados em lay-off (suspensão temporária do trabalho)
Corte de metade dos voos para a Itália
Corte de 3.600 voos no mês de março (25%) do total
Previsão de corte de 40% dos voos em abril, maio e junho
AMERICAN AIRLINES
corte de 75% dos voos internacionais
suspensão de voos de grandes aeronaves
AIR CHINA
corte de voos e licença não remunerada de pilotos
AIR LINGUS
corte dos voos para a Itália
ALITALIA
corte de voos internacionais
AZUL
corte de até 30% nos voos internacionais
suspensão da previsão de lucro
redução no crescimento de voos domésticos
suspensão de entregas de aviões
BRITISH AIRWAYS
corte de todos os voos para a Itália
não há estimativa de impacto da restrição americana, mas 30% dos voos entre Europa e EUA passam pelo Reino Unido e 26% dos passageiros que partem do país para os EUA saiu de um país da zona Schengen
CHINA EASTERN
corte de voos e licença não remunerada de pilotos
CHINA SOUTHERN
corte de voos e licença não remunerada de pilotos
DELTA AIRLINES
suspensão de todos os voos para a Europa
deixará em solo 300 aviões
corte de investimentos de US$ 500 milhões
atraso em repasse de US$ 500 milhões para fundo de pensão
congelamento de vagas e programa de demissão voluntáriria
EASYJET
corte dos voos para a Itália e para a Espanha
FLYBE
faliu
HAINAN AIRLINES (CHINA)
corte de voos e licença não remunerada de pilotos
IBERIA
corte de voos para a Italia
KOREAN AIR
corte de 80% da capacidade internacional
A direção da empresa afirma que ela pode falir se a epidemia se prolongar
LATAM
corte de voos internacionais (Europa e EUA) de 1º.abr a 30.mai
interrupção de voos entre São Paulo e Milão até meados de abril
LUFTHANSA
suspensão de 3.000 voos e redução de 50% da capacidade
corte de voos para os EUA, com exceção dos destinos Nova York, Chicago e Washington, a partir de 14 de março
NORWEGiAN AIR
corte de 40% dos voos de longa distância e 25% dos de curta distância até o final de maio
suspensão temporária (layoff) de metade dos 1.200 funcionários
QATAR
suspende a partir de quarta (18), por duas semanas, todos os voos que passam pelo país do golfo Pérsico
QANTAS
corte de 25% dos voos internacionais
redução de salários da diretoria em 30%.
licenças não remuneradas
O principal executivo renunciou a seu salário deste ano.
RYANAIR
Corte de vôos para a Espanha
Suspensão de todos os voos para a Polônia
SAS (Escandinávia)
lay-off de 90% dos trabalhadores, corte de voos e congelamento de vagas
SWISSPORT (logística de bagagem)
corte de 40% da força de trabalhot
RYANAIR
corte dos voos para a Itália
UNITED ARILINES
suspensão da maioria dos voos internacionais
antes da restrição americana, anunciou queda de receita de até 70% em abril e maio
WIZZ AIR
corte de voos para Itália e Israel
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