Descrição de chapéu Financial Times

Chat de vídeos viraliza e bate recordes na quarentena

Confinados pelo mundo compartilham brindes virtuais no Houseparty, app mais baixado na loja da Apple em 17 países

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Hannah Murphy
San Francisco | Financial Times

No fim de semana passado, enquanto boa parte do mundo se recolhia em quarentena em razão do coronavírus, parecia que muitas das atividades favoritas das pessoas também se recolheriam: compartilhar bebidas, festas de aniversário, jantares casuais com amigos.

E então surgiu o app de chat em vídeo Houseparty.

“Fui a três ou quatro festas em uma noite”, disse Andrew, 30, executivo de publicidade, sobre o app que permite que os usuários se congreguem espontaneamente com os amigos em conversas por vídeo, para levar adiante suas atividades sociais comuns —só que virtualmente.

Milhões de pessoas foram instruídas a ficar em casa, em um esforço sem precedentes para conter a difusão do vírus, e o Houseparty se tornou sensação do dia para a noite —não só entre os membros sedentos de companhia da geração milênio mas também entre seus pais.

Só na semana passada, o app sediado em San Francisco e controlado pela Epic Games, criadora do jogo Fortnite, foi baixado mais de 2 milhões de vezes em todo o mundo, ante 130 mil vezes na mesma semana do mês anterior, de acordo com dados da companhia de pesquisa App Annie.

O app foi o mais baixado na loja de aplicativos da Apple em 17 países, entre os quais Espanha, Estados Unidos e Itália.

“[A popularidade do Houseparty] parece ter acompanhado o coronavírus em todo o mundo”, disse a redatora Miranda di Carcaci, 26, que percebeu duas semanas atrás que muitos de seus amigos na Itália estavam compartilhando na mídia social imagens de tela que os mostravam festejando por meio de um app de conversa em vídeo, com grupos de pessoas rindo e bebendo vinho diante das câmeras de seus celulares.

Considerado como alternativa mais casual e mais kitsch a apps de videoconferência cada vez mais populares, como o Zoom ou o Google Hangouts, o Houseparty já gerou um novo conjunto de rituais sociais.

No fim de semana passado, muita gente que estava em isolamento desfrutou de jantares e bebidas —algumas pessoas definem o processo como “aperiTV”— em imagens compartilhadas por meio do app, enquanto os trabalhadores de empresas do Vale do Silício o usavam para promover “happy hours virtuais”.

“O Houseparty tem uma grande base de usuários entre os adolescentes, e sempre teve”, disse Ben Rubin, um dos criadores do app, que deixou a companhia pouco antes de sua aquisição para trabalhar como empreendedor residente no grupo de capital para empreendimentos Benchmark. “[Mas] com tudo que está acontecendo, agora muitos adultos têm tempo de sobra e precisam de novas conexões.”

Lançado em setembro de 2016, o Houseparty se concentra em facilitar o que define como “experiências compartilhadas”, oferecendo jogos de perguntas e respostas e um sistema de compartilhamento de vídeos que permite que amigos usem apps de encontros ou assistam a programas de TV juntos, por exemplo. Os usuários do app em média dedicam uma hora diária a ele.

Muita gente se sente especialmente atraída pela espontaneidade que o formato permite: em um esforço para imitar uma festa de verdade, na qual amigos conversam em cômodos diferentes de uma casa, o app notifica os usuários da entrada de seus amigos e mostra quem está falando com quem, com um máximo de oito pessoas permitido em qualquer conversa em grupo.

Os usuários podem entrar nas conversas de seus amigos sem a permissão destes, a não ser que tenham decidido “trancar” seus aposentos.

Tradução de Paulo Migliacci

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