Guedes diz que bancos menores são monitorados e Caixa destina R$ 30 bi para compra de carteiras

Ministro negou que os bancos menores estejam apresentando problemas

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Brasília

A Caixa Econômica Federal vai reservar R$ 30 bilhões para a compra de carteira de crédito de pequenos e médios bancos. O anúncio foi feito hoje pelo presidente da instituição, Pedro Guimarães, ao lado do ministro Paulo Guedes (Economia).

Apesar disso, Guedes negou que os bancos menores estejam apresentando problemas e afirmou que o sistema financeiro está “absolutamente líquido”. Mesmo assim, disse que as pequenas e médias instituições financeiras estão sendo monitoradas.

“Os bancos públicos estão atentos, muito líquidos e preparados para pontos possíveis de fragilidade. Bancos médios, se houver problema. Não há no momento, eles estão bem”, disse. “Não, não [estão com problemas]. Bancos pequenos e médios estão sendo monitorados”, disse.

Guedes disse que os R$ 135 bilhões em liberação de compulsórios de bancos já anunciados pela equipe econômica entrarão nesta sexta-feira (13) na economia, liberando liquidez ao sistema financeiro. “[O BC está] liberando hoje os R$ 135 bilhões de redução de compulsório. Chega num ótimo momento, exatamente quando a crise está chegando”, disse Guedes.

O ministro da Economia Paulo Guedes fala com a imprensa ao chegar ao ministério - Pedro Ladeira/Folhapress

O ministro também conversou mais cedo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Ele me assegurou que as condições de liquidez estão absolutamente estáveis e que ele vai garantir a manutenção da estabilidade do crédito, a assistência de liquidez”, disse o titular da equipe econômica.

Guimarães afirmou que a Caixa já atua na compra de carteira de outros bancos e que a medida anunciada hoje é um reforço à atuação já existente. “O que estamos fazendo é poder comprar mais”, afirmou Guimarães. As carteiras a serem negociadas serão voltadas a crédito consignado e de automóveis.

Outra medida da Caixa é o reforço R$ 40 bilhões para o capital de giro de empresas, em especial para segmentos em que o banco já atua, como o setor imobiliário e especificamente para pequenas e médias empresas.

A Caixa também vai destinar R$ 5 bilhões para um segmento em que não atuava antes, o de crédito agrícola.

“A Caixa hoje é o banco com maior índice de capitalização, acima de 19%, muito acima do mínimo. E mais de R$ 300 bilhões de títulos públicos. O que significa isso? A Caixa tem amplo espaço para emprestar”, disse Guimarães.

“Estamos tranquilos e não vemos necessidade hoje [de emprestar todos esses recursos] mas como o ministro sempre fala a questão é se essa é uma crise um ou dois meses ou maior. Estamos preparados”, completou o presidente da Caixa.

Guedes, Guimarães e o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, participaram de reunião hoje no Ministério da Economia para discutir os efeitos do coronavírus para as empresas do país.

No caso do ​BB, o banco tem entrado em contato com os clientes mostrando que está disponível para eventuais dificuldades. “Tomamos a iniciativa de nos dirigirmos à clientela para dizer que podem contar com o BB porque, inclusive, com esse reforço de liquidez que o Banco Central está nos dando vai ser muito mais fácil atender pequenas e médias empresas no país”, disse Novaes.

Ao todo, a equipe econômica avalia de forma preliminar ter mais de R$ 200 bilhões nos três principais bancos públicos (Caixa, BB e BNDES) para atender necessidades de crédito do país. Só no BNDES a disponibilidade de recursos ficaria ao redor de R$ 100 bilhões.

Apesar de o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, ter descartado a adoção de medidas para ajudar a combater a crise, internamente o banco passou a afirmar que o tema está em “rediscussão constante”.

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