Itaú reduz projeção de crescimento do PIB para 1,8% e mantém dólar em R$ 4,15

A instituição vê sinais de desaceleração maior que o esperado neste primeiro trimestre

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São Paulo

O Itaú-Unibanco reduziu nesta sexta-feira (6) a projeção de crescimento da economia brasileira em 2020 de 2,2% para 1,8%. Para 2021, foi mantida a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 3,0%. A projeção de taxa de câmbio continua em R$ 4,15 para o final de 2020 e de 2021.

Segundo o banco, à medida que o choque resultante da epidemia do coronavírus for se dissipando, a aversão ao risco global deve se reduzir e a economia doméstica deve acelerar, abrindo espaço para apreciação do real.

“A aceleração do crescimento da economia brasileira na segunda metade do ano deve compensar, pelo menos em parte, o impacto do menor diferencial de juros, atraindo capitais para o país e permitindo apreciação da moeda”, diz o Itaú.

Com a sinalização do Banco Central de que poderá voltar a cortas os juros, o Itaú revisou a projeção para a taxa Selic dos atuais 4,25% ao ano para 3,75% ao ano no final de 2020 e para 4% ao ano em 2021.

De acordo com a instituição, há sinais de desaceleração maior que o esperado no primeiro trimestre de 2020, e o arrefecimento da economia global deve ter efeitos negativos sobre o crescimento do Brasil.

O banco afirma, entretanto, que continua a acreditar que a economia brasileira seguirá em processo gradual de aceleração após o 1º trimestre de 2020, impulsionada pelo crédito privado, que impacta positivamente o consumo das famílias e o investimento.

“O risco de baixa para esse cenário vem da economia global, caso ela venha a desacelerar de forma mais pronunciada do que consideramos no cenário base, e de uma possível interrupção da agenda de reformas.”

O Itaú diz também que o estímulo monetário adicional deve levar a taxa de juros real para próxima de zero, o que deve ter impacto positivo sobre o crédito privado, e manter o cenário de aceleração da atividade no ano que vem.

“Cabe notar também que, assim como em 2009/2010, diversas economias importantes estão no processo de implementar estímulos fiscais e monetários que terão efeitos no segundo semestre deste ano e em 2021.”

Não houve alteração das estimativas de inflação do banco (3,3% e 3,5%, respectivamente, neste e no próximo ano).

“Não vemos, no momento, risco significativo de inflação de demanda no horizonte relevante para a política monetária (que inclui o ano calendário de 2020 e, com peso crescente, o de 2021). A taxa de câmbio continua como principal risco potencialmente altista no nosso cenário, embora, por ora, a queda observada nos preços das commodities mitigue parte relevante do efeito da depreciação cambial. Mesmo assim, não é prudente considerar que o repasse cambial seguirá limitado independentemente da magnitude da depreciação cambial.”

Com o menor crescimento econômico, o banco piorou suas estimativas de déficit primário, para 1,1% do PIB (R$ 85 bilhões) em 2020 (ante 1% do PIB ou R$ 80 bilhões no cenário anterior) e para 0,6% do PIB (R$ 45 bilhões) em 2021 (ante 0,5% do PIB ou R$ 40 bilhões).

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