Movimento na Ceagesp caiu 70% com quarentena, dizem comerciantes

Alimentos não estão em falta, e produtores reduziem preços para conseguir vender

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A segunda semana da quarentena para tentar conter o surto do coranavírus teve um impacto ainda maior no movimento da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Comerciantes do local afirmam que as vendas caíram mais 70% desde o início da quarentena.

Na semana passada as pessoas ainda tinham um pouco de dinheiro circulando, agora não tem mais nada”, diz Alexsandra Carvalho de Souza, proprietária de um espaço que vende frutas no local há 28 anos.

Segundo os relatos ouvidos pela reportagem, o movimento de caminhões chegando na Ceagesp também diminuiu, mas não há falta de alimentos no local.

Junior Marques, que produz morangos em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, disse que tem mantido o volume de vendas na Ceagesp, mas teve que ajustar o pre;o. “Tive que baixar para conseguir vender”, afirma. As frutas produzidas por ele estão sendo vendidas 30% mais baratas.

A queda dos preços foi geral. Márcio Santos, dono de box há 18 anos no local, diz que os preços de legumes baixaram cerca de 30% e o da batata teve uma queda de 40%.

Santos também contabiliza 70% menos movimento desde o começo da quarentena.

“Dei férias para todos os meus funcionários. Estou apenas com 2 dos meus 28 clientes fazendo pedido. Estou esperando que o movimento volte, senão vamos ver o que fazer”, disse.

A preocupação é a mesma de Alexsandra. “Caiu totalmente. Estamos trabalhando no limite. Clientes que vinham quatro vezes por semana, vieram apenas uma vez nessa”.

Eles também reclamam da falta de apoio do entreposto. Segundo os permissionários ouvidos pela reportagem, até o momento não foi oferecido nenhum tipo de subsídio pela Ceagesp.

“Ninguém sabe ainda. Não temos suporte porque o escritório está de recesso. A maioria dos funcionários do administrativo é idoso”, diz Alexsandra.

A Ceagesp não respondeu aos questionamentos da Folha sobre subsídios até a publicação desta reportagem.

Na quinta-feira (26), a Ceagesp começou uma ação de higienização no local com cinco caminhões pipa de 20 mil litros de água. Os funcionário usam hipoclorito de sódio pelas ruas do entreposto.

“Além disso, os banheiros também estão sempre com papel toalha e sabonete. Sempre teve, mas não era reposto com tanta frequência”, disse Márcio.

A feira de flores, que acontece da 0h até as 9h30 das terças e quintas, está suspensa desde a última terça-feira (24).

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