Revista voltada para crianças chega a escolas de São Paulo

Criadora da publicação diz querer disseminar desconfiança em relação a possíveis fake news e senso crítico

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São Paulo

Começou a circular em escolas em fevereiro a Qualé, revista dedicada ao público infantil. Quinzenal, é dirigida por três sócias, com experiência no setor de comunicação e filhos que têm menos de dez anos. Fabrícia Peixoto e Maria Cabral dividem a direção editorial, enquanto a direção de arte fica a cargo de Cinthia Behr.

A edição de estreia trouxe reportagem sobre o cubo mágico voltando à moda, com a história do brinquedo e do brasileiro recordista na solução de seu desafio. Também há entrevista com o escritor Ilan Brenman, do livro “Até as Princesas Soltam Pum”, e informações sobre as animações que disputaram o Oscar deste ano.

As pautas dividem espaço com assuntos quentes do noticiário, como o coronavírus e a reinauguração da base brasileira na Antártida.

A primeira edição da revista Qualé, voltada para o público infantil, que começou a circular em fevereiro
A primeira edição da revista Qualé, voltada para o público infantil, que começou a circular em fevereiro - Reprodução

Segundo Peixoto, as criadoras do projeto tiveram a ideia que deu origem à Qualé a partir da observação da relação dos seus filhos com as notícias, em especial as falsas. “Eles perguntavam coisas do tipo ‘é verdade que o Neymar vai ser preso?’ ou ‘vai mesmo ter a Terceira Guerra Mundial?’”, conta.

Ela diz que a oferta de conteúdo confiável em linguagem acessível para crianças ficou mais restrita após o encerramento de publicações segmentadas. Enquanto isso, são expostas a informações de pouca credibilidade disseminadas via redes sociais.

A Qualé teria nesse contexto o objetivo de promover a habilidade de diferenciar a estrutura e os formatos dos textos jornalísticos e o senso crítico, diz Peixoto, que trabalhou em veículos como BBC e Istoé Dinheiro.

“Se a gente conseguir colocar nas crianças a semente da dúvida em relação ao que elas leem, estamos melhorando esse cenário”, diz.

A revista começa só com edição impressa. Peixoto diz que, para além do gosto pessoal pelo formato, escolheu a publicação em papel por considerá-la adequada para a faixa etária indicada. Entre suas vantagens está permitir anotações ao longo do texto.

Os primeiros exemplares foram distribuídos em três escolas paulistanas, uma delas o Colégio Notre Dame, no bairro Perdizes. A tiragem inicial será de 500 exemplares apenas para o grupo.

A assinatura anual, com 21 edições, custa R$ 210 por aluno. Peixoto busca parcerias com empresas para viabilizar redução no preço e inserção em escolas públicas. 

A revista entra em um novo mercado que começou a se formar no Brasil nos últimos anos e tem como principais representantes o Joca e a Guten News.

O primeiro, um jornal quinzenal para crianças e adolescentes, é adotado em 140 escolas. Já a Guten, do grupo Árvore Educação, aposta em conteúdo digital e atividades. Publicou cerca de 220 edições.

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