Santander corta projeção de crescimento do Brasil para 1% em 2020 e não descarta recessão

Impacto viria tanto da desaceleração econômica mundial como das paralisações internas

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São Paulo

O Banco San​tander Brasil reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira de 2% para 1% em 2020, por conta do impacto tanto da desaceleração econômica mundial como das paralisações internas por conta do coronavírus.

A instituição espera queda nos dois primeiros trimestres deste ano, mas trabalha com uma recuperação no segundo semestre, em um cenário em que haveria retomada da atividade a partir do controle da propagação do vírus.

Se isso não se confirmar, podem haver novas revisões da projeção. “Existe chance de recessão”, afirmou o economista do Santander Maurício Oreng.

Maurício Oreng, economista do Santander afirma que existe chance de recessão
Maurício Oreng, economista do Santander afirma que existe chance de recessão - Edgard garrido - 29.jan.2020/ Reuters

Ele disse não utilizar o conceito de dois trimestres de queda do PIB (Produto Interno Bruto) para definir recessão, mas ter como referência os cálculos do Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), da FGV.

Com a retomada mais lenta da economia, o banco revisou também a expectativa de crescimento de 2021, de 2,5% para 2%.

O Santander também espera dois cortes na taxa básica de juros​, dos atuais 4,25% para 3,75% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta quarta-feira (18) e para 3,5% ao ano na reunião de maio. Também projeta a volta do dólar para R$ 4,30 até o final deste ano.

O economista afirmou que o pacote de medidas anunciadas pelo Ministério da Economia nesta segunda (16) foi bastante comedido, o que reflete a restrição fiscal do governo neste momento.

Ele defendeu a manutenção do teto de gastos, mas disse que o governo pode utilizar outros mecanismos (créditos extraordinários e decretação de calamidade, por exemplo) para aumentar gastos focados em políticas de combate ao vírus, o que poderia levar a um aumento do déficit programado para o ano de R$ 124 bilhões para R$ 140 bilhões ou mais.

"O que a gente defende é que se faça políticas públicas de combate ao vírus. Se esse processo for feito de maneira moderada, focado no combate à doença, mantendo o teto de gastos, será bastante positivo", afirmou Oreng.

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