A diretoria do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão decidiu a paralisação total das operações no porto de Santos pelo período de quarentena determinado pelos órgãos governamentais por conta do surto do coronavírus.
O presidente do conselho de gestão da Secretaria de Logística e Transporte do Estado de São Paulo, Roberto Giannetti, disse que o governo pretende impedir a paralisação.
“Existem várias alternativas. A mais drástica é declaração de estado de emergência do estado de São Paulo, que suspende direitos individuais e de greve”, afirmou.
Em ofício enviado à Secretaria de Portos da Presidência da República, o sindicato afirma que os trabalhadores estariam à disposição para trabalhos eventuais de descarga de produtos hospitalares e de interesse social.
Segundo ele, o sindicato convocou uma assembleia às na manhã desta quarta-feira (18) para que os trabalhadores possam votar sobre a paralisação.
“É um absurdo reunir 500 pessoas numa sala para dizer que eles estarão expostos ao coronavírus. É um oportunismo para negociar outros pontos não relacionados à questão sanitária”, disse Giannetti.
Entre os argumentos usados para justificar a greve, o sindicato diz que os trabalhadores portuários de estiva estão expostos ao risco alto por estarem na linha de frente e sujeitos a alta contaminação.
“É uma falta de patriotismo. Parar o porto de Santos é colocar em risco milhões de brasileiros. É inacreditável. É como se médicos e enfermeiros decretassem greve. Íamos morrer na rua. Algumas profissões terão que trabalhar”, afirmou Giannetti.
Ele afirma que o abastecimento pode parar entre 60 e 90 dias caso a greve seja decretada. "Muitos insumos industriais e produtos básicos de consumo importados poderão faltar e causar não só o desabastecimento do comércio mas também industrial causando a paralisação de muitas indústrias."
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