Vale define metas de sustentabilidade para executivos e retoma pagamento de bônus

Metas ambientais e sociais responderão por 20% da remuneração de longo prazo dos executivos

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São Paulo | Reuters

A mineradora brasileira Vale decidiu incluir metas ambientais, sociais e de governança como parte da remuneração de longo prazo de seus principais executivos, além de ter retomado pagamento de bônus aos gestores não envolvidos em investigações sobre o rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Metas de saúde e segurança e de sustentabilidade responderão por 20% da remuneração variável de longo prazo dos executivos, enquanto o restante dependerá do retorno total da Vale aos acionistas na comparação com suas rivais, disse a companhia em documento divulgado ao mercado neste sábado.

logo da Vale em portão amarelo
Logo da mineradora Vale, em Brumadinho - Adriano Machado/REUTERS

O movimento vem após a reputação da Vale ter sido impactada pelo desastre de Brumadinho, que matou mais de 270 pessoas.

Como parte da resposta à crise gerada pelo rompimento, o conselho da Vale decidiu suspender na sequência a remuneração variável de seus executivos.

"Uma vez que a Vale evolui com o programa de reparação e a investigação avança, o Conselho retomou os pagamentos da remuneração variável dos executivos que não estão envolvidos nas investigações a respeito do rompimento", afirmou a companhia no documento.

Executivos afastados da companhia por razões judiciais depois do desastre "devem continuar com sua remuneração variável de curto e longo prazo suspensa até que todas as investigações e decisões judiciais sejam oficialmente concluídas", acrescentou a Vale.

Segundo a empresa, o pagamento de bônus aos executivo referente a 2019, que ocorre em 2020, "é uma forma de agradecer e recompensar aqueles que contribuíram e continuam a contribuir para a Vale".

Diversos funcionários da Vale pediram afastamento ou foram afastados a pedido de autoridades após o início de investigações sobre o desastre, incluindo o ex-presidente Fábio Schvartsman e o ex-diretor-executivo de Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga.

A Vale pagou em 2019 47,46 milhões de reais em remuneração variável, com queda de 65% frente a 2018. Mas, se considerados bônus anual e outros referentes a 2019 mas que serão pagos em 2020, o valor totaliza 77,2 milhões de reais, queda de 42,5% na comparação anual.

Para 2020, a companhia orçou pagamentos de 100,4 milhões de reais, ou 130,2 milhões se considerados também os bônus ainda referentes a 2019 que serão quitados neste ano.

Até o ano passado, a remuneração de longo prazo era totalmente baseada no retorno aos acionistas, embora os bônus de curto prazo já incluíssem metas de sustentabilidade.

A mineradora também informou no documento que seus acionistas deverão deliberar sobre a incorporação da Ferrous Resources e da Mineração Jacuípe para simplificar operações e reduzir pessoal e custos.

A Vale concluiu a aquisição de Ferrous em agosto passado.

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