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BNDES tenta atrair capital privado para socorro a empresas após coronavírus

Não estão previstos produtos setoriais e nem a oferta de dinheiro subsidiado pelo governo

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Rio de Janeiro

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) negocia com bancos e fundos de investimentos um esforço para socorrer empresas em dificuldades devido à pandemia do novo coronavírus. A ideia é atrair o capital privado para oferecer produtos como empréstimos e participação no capital.

O formato do socorro será analisado individualmente, de acordo com as necessidades e capacidade de cada empresa para absorver novos empréstimos. Não estão previstos produtos setoriais e nem a oferta de dinheiro subsidiado pelo governo.

A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pela Folha. As conversas envolvem tanto grandes bancos privados e estatais —como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil— como fundos de investimento que tenham interesse em adquirir instrumentos atrelados à participações acionárias.

O governo quer contar com bancos para ajudar a sanear as contas as empresas apoiadas, com a renegociação de dívidas contraídas antes da pandemia. Para as empresas, será cobrado um esforço de buscar revisões com fornecedores.

O BNDES também prevê aportar recursos, tanto em empréstimos e compra de ações, mas sempre em parceria com instituições privadas e em condições de mercado. Como contrapartida, deve pedir garantia de manutenção de empregos nas empresas socorridas.

O banco já anunciou suspensão dos pagamentos de dívidas e alguns programas de apoio ao emprego e a empresas de menor porte, como a oferta de crédito para capital de giro e folha de pagamento.

O foco agora são grandes companhias de setores que vêm enfrentando efeitos mais fortes da queda de demanda ou das restrições para a circulação de pessoas. Por isso, as negociações mais avançadas são com as áreas, as primeiras a sentir o baque, com a redução do número de voos.

O modelo prevê operações combinadas de aporte de capital e não há um modelo fechado. Empresas com maior capacidade de endividamento poderão optar por um volume maior de empréstimo. Para outras, o instrumento preponderante pode envolver títulos lastreados em ações, como debêntures conversíveis.

Embora tenha iniciado em 2016 uma estratégia de reduzir sua carteira de ações —que somava R$ 112 bilhões ao fim de 2019— o BNDES não terá restrições para adquirir novas participações em empresas. O processo de enxugamento do BNDESPar, subsidiária de participações do banco, será reiniciado quando o mercado voltar a crescer.

Os idealizadores da proposta defendem que, caso o modelo seja bem elaborado e a economia retomar após o fim da pandemia, as ações adquiridas neste momento podem se tornar investimentos rentáveis, tanto para os investidores privados quanto para o Tesouro, que recebe dividendos do BNDES.

A expectativa é que as primeiras operações envolvam as companhias aéreas. A solução deve passar principalmente por instrumentos de renda variável que envolvam participação acionária, já que as empresas têm capacidade limitada de financiamento.

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