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Contratação passa a ser virtual em tempos de home office

Empresas também usam chamada em vídeo para o onboarding, processo de adaptação de novos funcionários

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Kathryn Dill
New York

Em seu primeiro dia de trabalho na consultoria Accenture, em março, Danielle Mizrachi planejava ir a pé até os escritórios da empresa perto da Grand Central, em Nova York.

Em lugar disso, quando chegou o dia, a engenheira de software de 26 anos estava na casa de sua avó, em Stamford, Connecticut, esperando a entrega do laptop que a companhia lhe enviou, para começar seu processo de orientação virtual.

Como os escritórios continuam fechados contra o coronavírus, e em meio a uma onda de demissões e licenças não remuneradas, trabalhadores americanos afortunados a ponto de começar em novos empregos estão dando seus primeiros passos sob a orientação de colegas que ainda não conhecem em pessoa.

Os departamentos de recursos humanos estão marcando encontros para café virtuais, sessões no Zoom e outras maneiras de integrar novos trabalhadores ao esquema de trabalho de escritórios que estes jamais visitaram.

Escrivaninha de trabalhador em home office - AFP

Na Accenture, Mizrachi é parte de um grupo de 30 novos contratados que participam de sessões online sobre os processos e benefícios da empresa. “Não sou só eu que estou sentada na frente do computador ouvindo palestraso dia todo”, disse Mizrachi.

Kevin Bandy deveria ter realizado uma entrevista para um cargo como desenvolvedor na Calendly, empresa de software de Atlanta, em 16 de março. Mas a entrevista aconteceu online. “Algumas das pessoas que me entrevistaram estavam na Europa.”

Todo o processo aconteceu online, com uma exceção: a verificação de sua elegibilidade para o emprego. Bandy, 30, se reuniu com um gerente de recursos humanos no estacionamento de um supermercado, onde recebeuo laptop da companhia.

Lauren Nielsen, designer de produtos, começa a trabalhar às 6h, para que seu dia de trabalho coincida com os de seus colegas em Munique.

Ela estava se preparando para uma transferência de Seattle a Munique, para trabalhar como designer na Freeletics, uma companhia de fitness. Mas, quando a pandemia chegou, sua transferência foi adiada por prazo indefinido e ela começou a trabalhar remotamente, uma situação complicada pela diferença de fuso horário de nove horas entre as duas cidades.

Hoje em dia, Nielsen, 30, começa a trabalhar por volta das 6h, para que pelo menos uma parte de seu dia de trabalho se sobreponha ao dos colegas. Ela às vezes participa de reuniões de madrugada, quando seus colegas na Alemanha estão começando seus dias de trabalho.

O mais recente processo de entrevistas e contratação de Erica Newell foi realizado inteiramente online; ela jamais se encontrou pessoalmente com nenhum empregado de sua nova empresa.

No mesmo dia em março no qual Newell foi demitida da EveryoneSocial, empresa de software em Salt Lake City, ela marcou uma entrevista online para um novo trabalho, como gerente na Bridge by Instructure, companhia de software para desenvolvimento de trabalhadores em Utah.

“Tive muita sorte por me recolocar tão cedo”, disse Newell, 31. “Encontrei alguma coisa muito rápido e me encaixei antes que as companhias começassem a congelar suas contratações.”

Newell, que só tinha trabalhado em startups no passado, estava nervosa com a ideia de trabalhar a distância nos primeiros dias de sua carreira em uma organização grande.

Ela se preparou lendo livros sobre estratégias de “onboarding” (o processo de adaptação de um novo funcionário) e ficou aliviada ao descobrir que seu novo chefe na Bridge havia marcado reuniões individuais para que ela conhecesse melhor as pessoas com quem estaria trabalhando.

Um dos desafios do “onboarding” virtual é detectar o tom e o nível de formalidade de uma empresa.

Kathy Denning foi a primeira a passar por “onboarding” remoto na Landed, uma companhia de finanças pessoais de San Francisco, pela qual foi contratada como diretora de vendas. Denning, 42, teve uma colega designada como “orientadora de cultura” para ajudá-la a se aclimatar.

“Ela é uma pessoa a quem posso fazer perguntas sobre as normas”, disse. “O que acho mais difícil no ‘onboarding’ em geral é absorver a cultura da empresa.”

Tradução de Paulo Migliacci

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