Impacto de medidas anticrise nas contas públicas de 2020 sobe para R$ 285,4 bi

Segundo Ministério da Economia, previsão é R$ 60,8 bi maior que a divulgada há cerca de duas semanas, quando a conta estava em R$ 224,6 bi

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Brasília

O Ministério da Economia elevou para R$ 285,4 bilhões a previsão de impacto primário nas contas públicas de 2020 e ser gerado pelas medidas anticrise do coronavírus.

A previsão é R$ 60,8 bilhões maior que a divulgada há cerca de duas semanas, quando a conta estava em R$ 224,6 bilhões.

Waldery Rodrigues, secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, disse que o aumento ocorreu por uma atualização no conjunto das medidas e adiantou que a estimativa deve ser elevada ainda mais.

"Vai aumentar de maneira legítima, transparente e cautelosa. Porque isso implica em endividamento e custo para a sociedade", afirmou em balanço sobre as medidas tomadas até agora.

O resultado primário não considera despesas com a dívida pública. Considerando esses efeitos, já que há iniciativas voltadas à suspensão de pagamentos de débitos de Estados e municípios à União, o impacto sobe para R$ 307,9 bilhões.

Segundo os técnicos do Ministério da Economia, as medidas anunciadas até agora somam R$ 1,169 trilhão em recursos movimentados. Esse montante diz respeito ao total das ações, que não necessariamente causam impacto para as contas públicas (por exemplo, impostos adiados em alguns meses mas que ainda assim deverão ser pagos em 2020).

Nessa conta total, estão R$ 212,4 bilhões para atendimento da população vulnerável e de trabalhadores, R$ 133,4 bilhões de auxílio a estados e municípios, R$ 24,3 bilhões para o combate à pandemia, R$ 524,4 bilhões em iniciativas voltadas a fluxo de caixa e programa para emprego nas empresas, além de R$ 274,1 bilhões em medidas de crédito.

Não está nesses cálculos a liberação de liquidez promovida pelo Banco Central para os bancos. A autoridade monetária diminuiu durante a crise a exigência de compulsórios (recursos que as instituições financeiras devem manter nos cofres, sem emprestar).

Waldery disse ainda que o endividamento bruto do país deve ser elevado em cerca de dez pontos percentuais neste ano graças aos efeitos da pandemia do coronavírus.

O número estava em 75% do PIB no começo do ano e deve fechar em 84% ou 85% em dezembro, segundo ele. Conforme o PIB sofra reduções maiores, esse percentual deve ficar ainda maior.

O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, reafirmou o discurso da pasta de que as reformas planejadas originalmente vão continuar assim que passada a crise. "Logo após isso, a gente vai ter que voltar para as reformas estruturantes. Elas não foram largadas ou esquecidas", afirmou.

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