Movimentação de cargas no Porto de Santos bate recorde no primeiro trimestre

Aumento de 14,6% nos embarques impulsionou resultado, que foi recorde também em março

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São Paulo

O volume de cargas movimentadas no Porto de Santos bateu a marca de 31,6 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, batendo o recorde anterior, de 30 milhões de toneladas, registrado em 2018. Na comparação com mesmo período em 2019, a alta foi de 2,4%.

O trimestre também teve recorde na movimentação de contêineres, com 629,2 mil unidades (ou 1.019.516 TEUs, medida que representa a capacidade de carga de um container marítimo de 20 pés de comprimento, o equivalente a seis metros). O avanço é de 15,4% ante o ano anterior.

Segundo balanço divulgado pela SPA (Santos Port Authority, autoridade que responde pela infraestrutura do porto, a antiga Codesp), o movimento de cargas no mês passado também foi recorde para um mês de março, com 12,7 milhões de toneladas, 12,1% mais do que no mesmo período do ano passado.

Imagem do BTP (Brasil Terminal Portuário), um dos 55 do Porto de Santos - Bruno Santo-03.abr.20/Folhapress

Entre janeiro de março deste ano, sete em dez cargas que passaram pelo porto foram embarcadas para exportação, Quase metade (48,9%) das 31,6 milhões de toneladas movimentadas era de sólidos a granel.

Os embarques tiveram variação de 2,4% ante o primeiro trimestre de 2019 e somaram 22,2 milhões de toneladas. Os produtos que tiveram as maiores variações positivas absolutas no volume de embarques foram açúcar (10,8%), óleo combustível (59,1%) e soja em grãos (1,5%).

A SPA registrou queda nos embarques de milho (-53,5%), óleo diesel e gasóleo (-32,4%) e gasolina (-15%).

A autoridade portuária diz, em nota, que o crescimento das exportações de açúcar foi influenciado pela recente queda nos preços do petróleo, tornando o etanol menos competitivo frente aos combustíveis fósseis.

“Soma-se também a isso a desvalorização cambial do real frente ao dólar, favorecendo as exportações nacionais da commodity”, afirma.

Nos desembarques, a alta foi de 7,5% na comparação com o primeiro trimestre do anos passado, com um total de 9,3 milhões de toneladas.

As maiores variações absolutas positivas foram verificadas nos desembarques de adubo a granel (17,5%), óleo diesel e gasóleo (23,2%) e trigo (28,4%). As principais reduções foram nas movimentações de enxofre a granel (-14,8%), gás liquefeito de petróleo (-22,5%) e soda cáustica (-9,7%).

Na movimentação de cargas conteinerizadas, o período de janeiro a março teve desempenho 10,8% superior ao mesmo intervalo no ano passado, somando 11 milhões de toneladas.

Foram desembarcados, no período, 314,8 mil contêineres nos terminais do Porto de Santos. O volume é 15,6% maior do que em 2019. A alta nos embarques, no primeiro trimestre, foi de 15,2%, com 314,3 mil unidades.

A SPA afirma que os primeiros impactos da pandemia do coronavírus sobre essas cargas começaram a ser sentidos nas duas últimas semanas de março. A rota Ásia-Santos leva cerca de 45 dias para ser concluída. “É esperado que se tornem mais intensos a partir de abril, , principalmente nas trocas com Ásia e, possivelmente, com Europa”, diz a administração do porto.

“O desafio de se traçar perspectivas para a movimentação de cargas conteinerizadas nos próximos meses é extremamente elevado, dado o elevado grau de incerteza sobre os impactos econômicos e sociais da pandemia em escala global, a depender do rigor e duração das quarentenas impostas no Brasil e em várias partes do mundo.”

Segundo o balanço da autoridade portuária, ao longo do primeiro trimestre de 2020 ocorreram 1.173 atracações, patamar 0,6% inferior ao registrado no mesmo período de 2019 (1.180). Excluídos os navios de passageiros e da Marinha, foram registradas 1.099 atracações de navios de longo curso (queda de 0,9% ante o ano de 2019) e 180 navios de cabotagem (alta de 1,1%).

Na última sexta (24), o diretor-executivo da SPA, Casemiro Tércio Carvalho, anunciou sua saída após um ano e dois meses no cargo.

Em carta aberta publicada em uma rede social, Carvalho não diz quais teriam sido os motivos de sua renúncia. Pessoas familiarizadas com a situação afirmam que o executivo alegou razões pessoais ao comunicar que queria deixar o posto.

O substituto de Tércio será o atual diretor de administração e finanças da SPA, Fernando Biral, considerado o 'braço direito' de Carvalho

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