Receita com iPhone cai 7% e lucro da Apple recua 2,7% com crise de coronavírus

Queda no setor de smartphone era esperada desde o início do ano, quando a China fechou as lojas da empresa

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São Paulo

A Apple registrou queda de 6,7% na receita com a venda de iPhones, totalizando US$ 28,9 bilhões em seu segundo trimestre fiscal, divulgado nesta quinta-feira (30).

O comércio de smartphone, que ainda representa grande parte do faturamento da companhia, sofreu com a queda da demanda em países consumidores que tiveram lojas fechadas devido à pandemia de coronavírus.

A receita da empresa foi de US$ 58,3 bilhões, superando a expectativa do mercado. O valor ficou 1% acima na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

Pessoa com máscara em frente à loja da Apple na Europa; coronavírus afetou demanda e produção de iPhones
Pessoa com máscara em frente à loja da Apple na Europa; coronavírus afetou demanda e produção de iPhones - Charles Platiau/Reuters

Analistas aguardavam uma receita em torno de US$ 54,6 bilhões, acompanhando a própria revisão para baixo da empresa, que antes da crise de coronavírus projetava receita de US$ 63 bilhões a US$ 67 bilhões no trimestre.

"Apesar do impacto global sem precedentes da Covid-19, estamos orgulhosos de informar que a Apple cresceu no trimestre, impulsionada por um recorde de todos os tempos em serviços e um recorde trimestral de wearables [vestíveis]", afirmou Tim Cook, presidente da companhia.

O executivo também destacou a manutenção do compromisso de longo prazo da companhia, de contribuir com US$ 350 bilhões para a economia dos Estados Unidos.

Em 28 de janeiro deste ano, a gigante de tecnologia americana havia batido recorde, com receita de US$ 91,8 bilhões e crescimento de 9% no ano.

Neste trimestre, seu lucro caiu 2,7%, para US$ 11,2 bilhões, abaixo dos US$ 11,5 bilhões registrados no mesmo intervalo do ano anterior. O fluxo de caixa operacional foi de US$ 13,3 bilhões no trimestre, aumento de US$ 2,2 bilhões em relação ao ano anterior.

A Apple foi a primeira grande empresa americana a informar, em meados de fevereiro, quando a crise de coronavírus avançava para além da China, que não cumpriria a receita projetada para este semestre.

A fabricante teve a produção de smartphones afetada pela interrupção do fornecimento de componentes da China, uma vez que as plantas industriais pararam.

As vendas na China também foram prejudicadas com o fechamento de lojas. O país é o maior mercado consumidor de aparelhos móveis, onde a Apple tem 42 lojas.

Em fevereiro, a venda de iPhones na China foi inferior a 500 mil, de acordo com dados do governo divulgados na época, queda de mais de 60% em relação ao mesmo mês de 2019.

Em março, a venda cresceu para cerca de 2,5 milhões, ainda cerca de 20% menor na comparação com março de 2019.

Diante desse cenário, o balanço deste segundo trimestre fiscal era muito aguardado pelo mercado e foi descrito como um dos mais “imprevisíveis e interessantes da história” da Apple, em relatório do banco Goldman Sachs.

O segmento de acessórios cresceu de US$ 5,1 bilhões para US$ 6,2 bilhões, bem como o de serviços, que apresentou maior alta, indo de US$ 11,4 bilhões a US$ 13,3 bilhões.

Este foi o primeiro balanço da companhia a contabilizar o trimestre completo da Apple TV+, serviço de streaming da companhia, lançado em 1º de novembro de 2019.

As ações da companhia subiram 2% nesta quinta, cotadas a US$ 293,80. A empresa vale US$ 1,2 trilhão.
A Amazon, que também divulgou seus resultados trimestrais nesta quinta, teve alta de 4,3%, a US$ 2.474, valor recorde que também a colocou na faixa de US$ 1,2 trilhão em valor de mercado.

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