Balanço de vendas da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) registrou queda de 65,5% na primeira quinzena de abril em comparação com o mesmo período de março.
O resultado é reflexo da política de isolamento social, que fechou estabelecimentos comerciais para conter o contágio durante a pandemia do novo coronavírus.
“Tivemos quedas fortes na época do Plano Collor, mas nenhuma como agora: É maior queda da história. Tirando o comércio online, o comércio só vende quando está aberto”, disse Marcel Solimeo, economista da associação.
Segundo a associação, entre março e abril, vendas a prazo caíram 54,5% no período, e as as vendas à vista recuaram 76,4%. O resultado é parecido na comparação com o mesmo período de 2019: queda de 53,6% nas vendas a prazo, e de 77,1% no movimento à vista.
Segundo Solimeo, o levantamento considera dados da amostra da Boa Vista Serviços, antigo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). “Não é um dado exato, mas sinaliza bem o que está acontecendo com o movimento.”
Na avaliação do economista, quanto mais tempo a quarentena durar, mais lenta tende a ser a retomada das vendas, uma vez que pessoas vão ter menos disposição para fazer compras.
Ainda assim, ele não se opõe ao isolamento social. “A associação é uma entidade que cumpre as leis e as regras. É uma posição complicada porque ninguém tem todos os dados para tomar decisões. Desde o começo alertamos que têm consequências”, afirmou.
Solimeo diz que até o comércio online deve ter um crescimento menor “por conta da diminuição da renda e o aumento da incerteza” provocados pela pandemia.
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