WhatsApp já responde por 20% das vendas de Casas Bahia e Pontofrio

Programa Me Chama no Zap foi criado na pandemia; ViaVarejo diz que venda em loja física está em patamar anterior ao da crise

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O programa de venda por WhatsApp da Via Varejo, dona de Casas Bahia e Pontofrio, já responde por 20% das vendas, afirmou Roberto Fulcherberger, diretor-executivo da companhia. Ele participou de transmissão da corretora XP Investimentos nesta segunda-feira (27).

O Me Chama no Zap foi criado durante a pandemia de coronavírus como estratégia para impulsionar a venda online da varejista além dos canais tradicionais de ecommerce. Cerca de 7.500 vendedores estão na ativa realizando ofertas pelo mensageiro.

O sistema foi desenvolvido em cerca de quatro dias e iniciou com 1.000 funcionários. "A gente olhou para o que consumidor estava disposto a consumir e disparou [oferta] para eles. Foi uma oferta já por CPF", disse o executivo.

Roberto Fulcherberguer, presidente da Via Varejo, dona das Casas Bahia, do Ponto Frio e da operação do Extra.com
Roberto Fulcherberguer, presidente da Via Varejo, dona das Casas Bahia, do Ponto Frio e da operação do Extra.com - Karime Xavier/Folhapress

​Segundo Fulcherberguer, o volume de vendas nas lojas de Casas Bahia e Pontofrio que já abriram portas depois de autorizações municipais é o mesmo do período pré-crise de coronavírus.

"Ainda é uma amostra pequena, mas o consumidor está indo para a loja com todas as preocupações", disse. "A venda está vindo na mesma base de venda pré-Covid nessas lojas."

Ao todo, foram abertos 190 estabelecimentos dos cerca de 1.070 das duas empresas. Até o meio da semana que vem, serão 220.

A expectativa geral do mercado é que a população retraia o consumo passado o período de isolamento, o que é provável diante do desemprego já registrado em diversos setores desde o início da pandemia. Fulcherberger, no entanto, afirma que desempenho nessas lojas é algo a ser ponderado.

"Não há dúvida que teremos desemprego, mas o governo, por outro lado, oxigena a população com dinheiro, então talvez equilibre um pouco e não haja uma queda tão forte no consumo. Mas, de novo, é uma amostra pequena", afirmou.

Por enquanto, não é possível saber o tamanho da crise de emprego porque o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mede o sobe e desce do emprego formal, ainda não foi divulgado.

Em entrevista à Folha, Fulcherberguer afirmou que a empresa analisa aplicar os dispositivos da medida provisória do governo federal que permite a reduação de salários. A companhia tem 45 mil funcionários.

Para a Via Varejo, o fechamento de lojas no início da crise de coronavírus gerou queda imediata de 70% do faturamento, de acordo com o empresário. Ao longo das semanas, a perda foi recuperada e, hoje, o faturamento gira em torno de 70% a 80% de um dia normal pré-crise.

O plano de vendas pós-Covid da dona das Casas Bahia, segundo Fulcherberguer, é colocar um celular na mão do vendedor e permitir uma oferta direcionada com base no comportamento de consumo pessoal registrado no sistema da varejista.

"Nossas lojas têm wifi. Na hora que o cliente entrar na loja, já vou capturar e saber exatamente quem está entrando. Vamos imaginar que seja seu José. Na tela do último vendedor que o atendeu, vai aparecer que José está entrando na loja, mostrar sua foto, o que comprou nos últimos anos, o crédito que tem com a gente e, teoricamente, o que está pré-disposto a consumir", detalhou o executivo.

Segundo ele, a companhia ganhou quase 10 pontos percentuais de participação no mercado nas últimas semanas. A Via Varejo representou 44,3% do setor de celulares, por exemplo, o que significa que metade dos aparelhos vendidos no Brasil na semana passada passaram pela marca.

Apesar do desempenho satisfatório expressado pelo executivo, as ações da ViaVarejo caíram 32,2% neste ano. Outras empresas fortes no ecommerce têm desempenho superior. A B2W subiu 12,6%, enquanto o Magazine Luiza, 3,8%.

Parte da queda é atribuída à fase de reestruturação que a companhia estava passando desde o meio de 2019, até ser surpreendida pela crise do coronavírus. Nesta segunda, as ações subiram 18%.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.