Descrição de chapéu Coronavírus

Brasil busca R$ 19 bi em bancos de desenvolvimento para combate à Covid-19

Conversas estão sendo mantidas com BID, Banco Mundial, CAF, Banco dos Brics e agência francesa

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Brasília

Diante do agravamento da crise do novo coronavírus, o governo Jair Bolsonaro está promovendo uma força-tarefa junto a agências e bancos de desenvolvimento internacionais para a liberação de recursos e a aprovação de projetos destinados à redução dos efeitos da pandemia.

Segundo relataram interlocutores à Folha, as conversas estão sendo mantidas com BID, Banco Mundial, CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), Banco dos Brics e AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento).

A orientação no Ministério da Economia —responsável pelo contato com esses órgãos— é fazer um pente-fino de projetos e linhas de crédito oferecidos por essas instituições e que podem ser usados no enfrentamento à doença, seja em ações diretas na área da saúde ou na mitigação dos efeitos econômicos e sociais do vírus.

A expectativa é que, no curto prazo, o governo consiga acessar até US$ 3,5 bilhões (R$ 19 bilhões) junto a essas organizações.

Dentre as opções disponíveis, o Novo Banco de Desenvolvimento —chamado de Banco dos Brics— já autorizou o desembolso de US$ 1 bilhão (R$ 5,42 bilhões) para cada sócio do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O direcionamento de linhas de crédito da instituição financeira para o enfrentamento à Covid-19 foi discutido no dia 20 de abril em videoconferência dos ministros de Economia dos Brics.

Também foi definido que no futuro cada país-membro poderá receber outro US$ 1 bilhão (R$ 5,42 bilhões), caso haja necessidade.

Segundo relataram interlocutores à Folha, a parcela que cabe aos chineses já está em fase de desembolso e a da Índia, por sua vez, está em aprovação.

O argumento usado por autoridades brasileiras é que o país aguarda a definição de conversas com outras instituições de fomento a investimentos para definir como acessar seu quinhão no Banco dos Brics.

Segundo um comunicado da instituição, esses empréstimos de emergência "poderão ser usados para financiar gastos diretos relacionados com a luta contra o surto de coronavírus, ou para auxiliar medidas governamentais com o objetivo de contribuir para a recuperação econômica dos países membros [dos Brics]".

"Além dos US$ 5 bilhões [R$ 27,1 bilhões] acordados, o banco almeja oferecer um total de US$ 10 bilhões [R$ 54,3 bilhões] em assistência relacionada à crise, incluindo suporte para a recuperação econômica dos países membros."

Embora a quantidade de recursos que o governo avalia conseguir acessar nessas instituições seja pequena em relação ao montante total que tem sido gasto para o enfrentamento à pandemia, a justificativa é que projetos dessas agências têm impacto direto e são acompanhados de boas práticas de controle.

Os próprios organismos de desenvolvimento têm redirecionado suas carteiras para a mitigação dos efeitos do novo coronavírus. Os prazos de aprovação de projetos também têm sido reduzidos.

O governo federal, por exemplo, entrou em contato no último mês com a Agência Francesa de Desenvolvimento para facilitar a aprovação de linhas de crédito sem garantia da União para bancos de desenvolvimento em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

​A expectativa é que essas linhas sejam aprovadas nos próximos meses e ajudem esses bancos regionais na oferta de crédito para empresas afetadas pela Covid-19.

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