CUT veta em ato do 1º de Maio mensagem de governador tucano que criticou CLT

Central afirma que vídeo de Eduardo Leite (RS) atrasou; Força e UGT dizem que defenderam veiculação

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Rio de Janeiro

Crítico à longevidade da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e defensor da modernização da relação entre empregado e empregador, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi convidado pelas centrais sindicais a enviar uma mensagem em vídeo para o ato unificado do 1º de Maio promovido pelas entidades.

O vídeo, porém, ficou de fora do ato virtual em comemoração ao Dia do Trabalho.

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Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul - Marcos Nagelstein/Folhapress

Embora a inclusão de seu nome tenha sido aprovado na mesma reunião que permitiu a participação da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro Fernando Haddad (PT), a intervenção do tucano não foi transmitida pela TVT, emissora educativa mantida por dois sindicatos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e responsável pela veiculação do ato pela internet. O evento foi virtual em função da pandemia do novo coronavírus.

Procurada, a assessoria da CUT afirmou que o video chegou além do horário estabelecido pela produção e "sem condições técnicas de ser utilizado”. Enviado duas horas depois, o video do deputado Alexandre Molon (PSB) foi exibido.

Na mensagem, o governador dizia que esse 1º de Maio era a oportunidade de reflexão sobre o futuro da classe trabalhadora e que o mundo do trabalho mudou.

“Quando o Brasil criou a CLT, lá nos anos 40, a realidade era diferente. Com o passar do tempo, apesar de todas as atualizações que foram feitas ao longo de 70 anos, como a reforma trabalhista de 2017, ainda não conseguimos pavimentar um caminho mais concreto para reduzir o desemprego que está se agravando agora com a crise do coronavirus”, dizia a mensagem.

A ausência do tucano provocou reação das centrais sindicais, que tinham aprovado a presença de Leite nesse palanque virtual. Encarregado do convite ao governador, o secretário-geral da Força Sindical, João Gonçalves, o Juruna, protestou no grupo de Whatsapp integrado por dirigentes de centrais sindicais.

“Teve ação política contra a unidade que construímos”, escreveu Juruna, atribuindo a exclusão a radicais de esquerda da CUT.

Na troca de mensagens, ocorrida 40 minutos antes do início da transmissão do ato, o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, defendeu a veiculação da mensagem de Leite. E foi acompanhado pelos dirigentes de outras centrais.

“Acho muito importante a participação do governador Eduardo Leite”, escreveu Patah.

“De acordo. Importante ampliar”, endossou o presidente da CTB, Adilson Araújo.

Juruna conta que a participação do tucano foi aprovado em uma reunião entre as seis maiores centrais sindicais, incluindo a CUT.

Segundo ele, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, pediu que Dilma e Haddad participassem da live, pois seus nomes não constavam da programação original. Juruna propôs, então, o convite ao governador do Rio Grande do Sul, sendo apoiado pelos demais presidentes da central.

Nobre concordou com a participação do tucano, mas, na avaliação de Juruna, foi boicotado por outros integrantes da CUT.

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