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Funcionários do Santander reclamam de convocação durante a pandemia

Banco diz manter atividade presencial apenas para os administrativos considerados essenciais às operações

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São Paulo

Funcionários do Santander que estão trabalhando em home office afirmam que estão sendo convocados para retomar as atividades presenciais no banco. A princípio trabalhariam em rodízio, mas teriam o quadro de funcionários resposto de forma integral até o mês de julho, quando, segundo relatos, o banco espera voltar à normalidade.

O banco afirma que tem mantido cerca de 20% dos funcionários em posições administrativas na sede, em São Paulo, desde o início do isolamento social contra o coronavírus, para manter a operação da instituição funcionando.

Instituições financeiras estão enquadradas na categoria de trabalho essencial pelo governo e, portanto, estão autorizadas a funcionar durante a pandemia.

Santander afirma que revê constantemente a atuação de cada área do banco e que tem feito mudanças no quadro de funcionários que estão presentes no banco conforme necessário
Santander afirma que revê constantemente a atuação de cada área do banco e que tem feito mudanças no quadro de funcionários que estão presentes no banco conforme necessário - Edgard Garrido/Reuters

Funcionários em cargos de liderança receberam na semana passada um email em nome do presidente Sérgio Rial convocando a volta gradativa a partir da última segunda (11), data inicialmente imposta pelo governo de São Paulo para o fim da quarentena no estado. O governador João Doria (PSDB) prorrogou a data para 31 de maio.

Sob condição de anonimato, empregados do banco afirmam que aqueles que foram convocados por Rial já começaram a alinhar com suas respectivas equipes para uma volta em esquema de rodízio na semana que vem. Alguns afirmam que foram comunicados de modo informal, por telefone, e fora do horário de expediente.

O Santander afirma que revê constantemente a atuação de cada área do banco e que tem feito mudanças no quadro de funcionários que estão presentes no banco conforme necessário.

Segundo o Santander, se uma área que estava em home office passa a ser vista como essencial presencialmente, os funcionários são convocados para o escritório. O contrário acontece se for constatado que uma equipe presencial pode ir para o trabalho remoto.

Segundo relatos, há queixas de que parte das convocações não seria necessária. Os únicos que estariam livres da presença física no banco são os que estão no grupo de risco ou os que possuem contato direto e frequente com pessoas que estão nesse grupo.

Se queixam ainda que a matriz espanhola segue em trabalho remoto para áreas que permitem o home office.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região cobra uma discussão de um acordo com o Santander. “Não há garantias de que a pandemia esteja controlada até a data que o banco quer finalizar a quarentena. Muitos funcionários têm filhos em idade escolar e estão indo de transporte público por causa do megarrodízio em São Paulo”, disse Lucimara Malaquias, dirigente do sindicato.

O Bradesco afirma que mais de 90% dos funcionários que trabalham em escritórios e 50% daqueles das agências estão em home office. “O retorno às atividades será condicionado às autorizações de flexibilização por parte das autoridades de Saúde”, afirmou.

O Itaú afirmou acompanhar a evolução da pandemia e as orientações das organizações e autoridades da área de Saúde. “Praticamente 100% dos colaboradores dessas áreas [centros administrativos] estão trabalhando em home office. Não temos uma data estabelecida para retorno”, disse.

O Banco do Brasil não respondeu até a conclusão dessa reportagem.

Outro lado

O Santander afirmou que, por prestar um serviço essencial à população, tem atuado para informar clientes sobre a abertura das agências nas áreas onde o funcionamento está permitido pelas autoridades locais.

“As atividades obedecem aos mais rígidos protocolos de segurança e higiene, o que inclui uso obrigatório de máscaras, por funcionários e clientes, distanciamento social e horários reduzidos, além de atendimento em horário diferenciado para os grupos de risco”, afirmou, em nota.

O banco também disse que os mesmos cuidados se aplicam aos prédios administrativos e à sede da instituição e afirma que essas medidas de segurança foram reforçadas em um material enviado aos gestores no último dia 11, para orientação às equipes quando necessário.

“O Santander acrescenta que foi uma das primeiras empresas no país a garantir que não faria demissões durante o período crítico da crise e, mais recentemente, iniciou um processo de readequação dos objetivos de desempenho dos funcionários, considerando o momento atual”, disse em nota.

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