O ministro Paulo Guedes (Economia) escolheu um amigo seu, também formado por Chicago, para comandar a política externa do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O economista Roberto Fendt substituirá o diplomata Marcos Troyjo na Secretaria de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.
Troyjo, que ocupa o cargo desde o início da gestão Bolsonaro, foi indicado pelo governo brasileiro para chefiar o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco do Brics.
O nome de Fendt deve ser formalizado apenas no mês que vem, quando Troyjo deve ser oficializado como dirigente do banco de fomento do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Apesar de a presidência do Brasil já ser confirmada, é necessária uma deliberação do conselho de governadores do banco, que deve ocorrer este mês, em Xangai, na China.
Fendt é atualmente secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China e é formado pela escola americana conhecida como berço do liberalismo, a Universidade de Chicago.
Amigo pessoal de Guedes, o nome dele chegou a ser cogitado no passado pelo ministro para presidir o NDB.
De acordo com integrantes da equipe econômica, Fendt já aceitou o convite e sua indicação conta com a anuência de Bolsonaro.
Ele já está conversando com integrantes da equipe econômica para a transição, que se dará em breve.
Ao fazer o movimento, o ministro da Economia garante um nome mais pró-mercado em sua equipe e blinda a área de influências ideológicas do Ministério das Relações Exteriores.
A área de Comércio Exterior é alvo de divergências entre a equipe de Guedes e do chanceler, Ernesto Araújo.
Araújo é seguidor das ideias do escritor Olavo de Carvalho e mantêm-se reticente quanto a uma política próxima à China, principal parceiro comercial do Brasil.
Desde o período de transição do governo é travada uma queda de braço entre as alas do governo Bolsonaro pelas diretrizes econômicas na área de comércio exterior.
Araújo defende um alinhamento automático com os EUA e o pólo ideológico, como Israel, enquanto Guedes e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendem comércio mais amplo, incluindo a China e países do Oriente Médio, por exemplo.
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