JBS tem aval da Justiça do Trabalho para reabrir planta após surto de coronavírus

Estrutura localizada em Ipumirim (SC) estava fechada desde 18 de maio

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Ana Mano
São Paulo | Reuters

Uma juíza da Vara do Trabalho em Concórdia (SC) suspendeu neste sábado (30) a interdição de uma unidade de processamento de frango da JBS localizada em Ipumirim (SC).

A planta, que emprega cerca de 1.500 pessoas e estava fechada desde 18 de maio após um surto do novo coronavírus, tem capacidade para processar cerca de 135 mil aves por dia.

A JBS confirmou a decisão proferida em 30 de maio pela juíza Paula dos Anjos.

Trabalhadores são vistos em uma fábrica da JBS no Paraná. Eles vestem roupas especiais
Quando a fábrica de Ipumirim foi interditada, 86 casos da Covid-19 haviam sido confirmados na instalação - Ueslei Marcelino - 22.mar.2020/Reuters

Uma porta-voz da empresa disse que a retomada das atividades na fábrica evitaria o abate sanitário de milhares de animais. Informações publicadas na imprensa apontaram que cerca de 650 mil aves teriam que ser submetidas a este tipo de abate.

Numa decisão separada, expedida em 28 de maio, a Justiça do Trabalho em Concórdia havia tornado obrigatório para a JBS aumentar a proteção aos trabalhadores ao reabrir a fábrica, incluindo a garantia do distanciamento de 1,5 metro entre eles, entre outras medidas.

Esta última decisão foi tomada no âmbito de uma ação civil pública contra a JBS ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina.

Quando a fábrica de Ipumirim foi interditada, 86 casos da Covid-19 haviam sido confirmados na instalação, disseram os auditores do trabalho, que são vinculados ao Ministério da Economia.

Alegando "graves irregularidades", os auditores disseram ter encontrado evidências de que a JBS supostamente falhou ao não suspender trabalhadores que haviam sabidamente testado positivo para o novo coronavírus, de acordo com a documentação referente à inspeção.

A JBS também supostamente falhou em monitorar os empregados que eventualmente entraram em contato com os doentes dentro da fábrica, mantendo pessoas com sintomas semelhantes à gripe nas linhas de produção, mesmo depois que elas procuraram atendimento médico no local, segundo os auditores.

A JBS nega qualquer irregularidade, dizendo estar cumprindo as diretrizes das autoridades competentes e aplicando protocolos rígidos de saúde para proteger a sua força de trabalho.

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