Descrição de chapéu Coronavírus

Planejar fim do isolamento é importante até para empresa conseguir empréstimo, diz Luiza Trajano

Presidente do conselho do Magazine Luiza vê 'apagar fogo com gasolina' em briga de presidente com governadores

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São Paulo

A sobrevivência do comércio, especialmente os pequenos e médios, em meio à pandemia do novo coronavírus dependerá do estabelecimento de alguma previsibilidade para o fim das quarentenas nos estados e municípios, afirmou nesta quarta-feira a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano.

Na avaliação da empresária, são pequenas as chances de um entendimento mais extenso entre os governos estaduais e o federal para a adoção de medidas unificadas. A saída do isolamento, segundo ela, dependerá dos governadores e prefeitos. “Eles têm que deixar muito claro, porque não acredito que vá haver uma acordo de governadores com o presidente.”

A empresária Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza - Diego Padgurschi-02.ago.18/Folhapress

O presidente Jair Bolsonaro vem criticando quase diariamente as quarentenas decretadas por estados e municípios. Em São Paulo, o confinamento social começou em 24 de março; o governador João Doria (PSDB) e o presidente da República têm protagonizado episódios frequentes de trocas de críticas e acusações.

Para a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, as disputas políticas agravaram uma situação já muito delicada. “A sensação que eu tenho é como se estivesse pegando fogo e, ao invés de jogar água no fogo, se unido todo mundo, independente de partido, de hierarquia, para tentar apagar o fogo, está jogando mais gasolina com essas discussões todas.”

Sem esse planejamento, até mesmo obtenção de empréstimos fica mais difícil, segundo Luiza, que participou na tarde desta quarta de uma transmissão ao vivo do jornal O Estado de S. Paulo

“Tem que dar uma previsibilidade. O dinheiro não está saindo, e as pessoas não estão obedecendo mais muito, eu vejo nas cidades menores. E, por outro lado, vai dando um desgaste”, disse.

Para a empresária, inicialmente não havia condições de se discutir uma reabertura, mas que agora é necessário criar um plano, de modo que não haja a necessidade de, após um período de liberação, haja a necessidade de novas quarentenas.

A empresária acredita que mesmo as empresas maiores –e que aderiram ao movimento Não Demita– não conseguirão manter o nível de emprego. “Você perde 60% [do faturamento]. O Magazine [Luiza] que é uma empresa muito boa perde 40% brincando e isso que ela já era digital, imagine quem não era.”

Luiza Trajano disse também que a falta de planejamento em torno das quarentenas faz com que muitas lojas já estejam abertas, sem que medidas sanitárias tenham sido adotadas.

Essas lojas são os chamados comércios de bairro que, segundo Luiza, são pequenos, mas geram cerca de 40 mil empregos e, agora, têm os donos assustados e com poucas informações consistentes da situação.

A empresária diz que o momento é propício para as empresas repensarem os modelos, avaliarem as estratégias que deram certo e utilizar todo tipo de ferramenta ao alcance, incluindo vendas por redes sociais e aplicativos de mensagens, para se segurar durante a crise atual.

​“Tirando farmácia e supermercado, todo mundo vai ter muito problema”, disse.

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